Todo fim de ano, as empresas se mobilizam para fazer um balanço das suas operações no ano, procurando identificar acertos a serem repetidos e erros a evitar. Como minha visão de sucesso no mercado financeiro se baseia no planejamento, sem fórmulas mágicas, acredito que esse hábito ajuda também nas finanças pessoais. Por isso, quero compartilhar alguns insights a partir de casos que pude acompanhar que podem ajudar.
Certamente, 2021 foi um ano desafiador para muitas pessoas por conta da pandemia. Muitos perderam fontes renda, reservas, empresas, investimentos – isso só para ficar nas finanças, sem contar os demais impactos em outros aspectos da vida.
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Mas há outros, porém, que apesar da sorte de não terem sido afetados financeiramente pela crise, acabaram em dificuldades. Um fator em comum que notei ao longo do ano foi de pessoas se arriscando demais em investimentos que não dominavam em busca de altos retornos, numa lógica parecida de “aposta” que falei na última coluna. Crises trazem oportunidades, é verdade, mas apostar sem conhecimento não é o caminho.
Foi o caso, por exemplo, de investidores que não estavam familiarizados com a renda variável e decidiram, de uma só vez, aportar todo seu capital em ações ou fundos de ações, diante da queda na crise do coronavírus e da mínima histórica da taxa Selic.
O Ibovespa teve uma oscilação fortíssima em 2020, é verdade – alta de 93% entre a mínima causada pelo pânico da pandemia e o fim do ano. Mas, por outro lado, acumula queda de 14,37% em 2021 até novembro. Ou seja, quem aplicou em ativos que replicam o Ibovespa no início deste ano, até agora, perdeu dinheiro. Em contrapartida, a Selic em alta neste ano trouxe foco novamente à renda fixa.
Outro tipo de aposta comum neste ano: pessoas que decidiram começar um negócio sem a expertise necessária. E, para isso, pediram demissão, ou usaram todo dinheiro de rescisão, pegaram empréstimos ou algo do tipo. Diante de demandas emergenciais imensas, como por máscaras, muitos decidiram investir em equipamentos, insumos, estoques, sem ter conhecimento do mercado em que entravam, em busca de surfar a onda. A pandemia foi complexa para as empresas, muitas ainda terão que se reinventar em 2022. O momento para quem não tinha experiência era de cautela.
Por fim, é bom relembrar que, diante da bolsa em alta, dos juros em baixa e do aumento de investidores, surgiram diversos “gurus” prometendo rendimentos absurdos. E, também, muitos golpistas. Soube de caso de investidor que resgatou um investimento que estava em uma instituição financeira consolidada – e, portanto, fiscalizada por órgãos como CVM, Banco Central e Anbima – para depositar na conta pessoal de um conhecido. O “guru” sumiu, e o prejuízo ficou.
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Das muitas lições e aprendizados que pudemos tirar dessa pandemia, fica o lembrete de que, quando se trata de dinheiro, é preciso ter conhecimento em vez de aproveitar “a onda do momento” por indicação de desconhecidos ou de quem não entende do assunto. Que 2022 possa ser um ano de muito sucesso nas finanças e nos investimentos. Boas festas!