Após a fritura, serve-se o prato.
O ministro Paulo Guedes ontem teve reuniões com as partes, digamos assim, e deve ter deixado claro que suas declarações sobre um possível impeachment, ainda que duras, foram mais no sentido de preservar o presidente do que atacá-lo.
Do teor da conversa apresentado à imprensa, esta parece ser a sensação.
Tanto que em boa parte do que foi declarado, o destaque fica nas entrelinhas da “divisão de culpa” de um possível rompimento do teto dos gastos com a classe política de forma a evitar legalmente o impedimento do presidente.
A missão para Guedes está longe de ser fácil, considerando o cenário que ele mesmo desenhava antes do governo.
Este cenário, porém, demanda elevada boa vontade política e uma série de acertos inerentes ao presidencialismo de coalizão, com o qual o governo rompeu no seu primeiro ano de mandato.
Tal evento não foi de todo ruim, pois em um contexto de crescimento econômico projetado, deu abertura para inserção de técnicos nos primeiros e segundos escalões do governo, conforme a promessa de campanha e mudou este quase indelével paradigma da política brasileira.
O problema foi uma pandemia no meio do caminho, o qual forçou o governo a rever seus “princípios” e voltar a negociar com o Congresso em moldes semelhantes ao que ocorria até o governo Temer.
Além de afastar uma série de eleitores que viam na figura de Bolsonaro exatamente a ruptura do modelo, trouxe a proximidade com o Centrão e a possibilidade de avanços congressuais em maior velocidade, apesar da, às vezes, resistência pesada de Maia a tal movimento.
Por fim, Guedes fica, rompe-se “um pouquinho” do teto, com todo mundo dividindo a culpa e o futuro com tal rompimento ainda é muito incerto, pois depende necessariamente dos avanços das reformas, da economia e da confecção do orçamento para 2021, os maiores desafios até agora.
A sensação no fim é amarga, como são todos os remédios.
O problema é que este pode matar o paciente se utilizado em excesso. Muita “liquidez” deixa o paciente “inflado”, como vimos muito recentemente e nos anos 80.
Nos EUA, democratas voltaram os canhões ao seu óbvio alvo, Trump, no primeiro dia da convenção Democrata, como não podia ser diferente.
Trump, ao mesmo tempo, não é alvo inerte e vai revidar. Começou a eleição nos EUA.
Hoje em destaque ao IPC-Fipe e IGP-M semanais e nos EUA, casas iniciadas e permissões para construção.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com possibilidade de mais um recorde do SP.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo o ímpeto das bolsas no ocidente.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas generalizadas, com destaque à prata.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, em meio às promessas não cumpridas de corte de produção.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,05%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,511 / 1,62 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,303%
Dólar / Yen : ¥ 105,59 / -0,368%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / 0,511%
Dólar Fut. (1 m) : 5513,27 / 1,50 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,48 % aa (1,16%)
DI - Janeiro 23: 4,06 % aa (1,25%)
DI - Janeiro 25: 5,95 % aa (2,41%)
DI - Janeiro 27: 6,99 % aa (2,34%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,7346% / 99.595 pontos
Dow Jones: -0,3083% / 27.845 pontos
Nasdaq: 1,0021% / 11.130 pontos
Nikkei: -0,20% / 23.051 pontos
Hang Seng: 0,08% / 25.367 pontos
ASX 200: 0,77% / 6.123 pontos
ABERTURA
DAX: 0,588% / 12996,63 pontos
CAC 40: 0,367% / 4990,18 pontos
FTSE: 0,221% / 6140,95 pontos
Ibov. Fut.: -1,76% / 99733,00 pontos
S&P Fut.: 0,547% / 3379,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,317% / 11321,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,39% / 72,30 ptos
Petróleo WTI: -0,44% / $42,72
Petróleo Brent: -0,26% / $45,33
Ouro: 1,11% / $2.005,97
Minério de Ferro: 0,27% / $120,46
Soja: -0,38% / $909,50
Milho: -0,68% / $329,00 $329,00
Café: 1,99% / $117,30
Açúcar: -1,00% / $12,95