No final da semana passada, quase todos os pares monetários se desvalorizaram em relação ao dólar dos EUA. A maior queda se deu na libra esterlina, que se desvalorizou -1,81%. O dólar neozelandês recuou -1,08%, o euro, -0,95%; o dólar australiano, -0,45%; o franco suíço, -0,06% e o dólar canadense, -0,03%. O iene japonês se valorizou 0,57%.
A cotação do euro caiu até 1,1336. Os compradores conseguiram recuperar todas as perdas até o final do dia com a atualização da máxima da sessão europeia. A pressão contra o dólar foi provocada pelos indicadores econômicos dos EUA e pela queda dos rendimentos dos títulos públicos americanos. A queda dos índices da bolsa retomou a demanda pelo iene e pelos títulos americanos. Com o aumento da demanda, o preço subiu e, consequentemente, os rendimentos caíram. Os touros encontraram resistência no nível 1,1421.
No final do dia, o índice S&P 500 apresentou queda de 1,19%; o DJIA, 1,73% e o NASDAQ, 2,06%. A venda de ações ganhou força depois da divulgação dos relatórios financeiros trimestrais de grandes companhias, como a Amazon (NASDAQ:AMZN) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL).
A cotação obteve recuperação até o nível estimado, depois da queda para 1,1336. A incerteza em torno da questão da Itália e do Brexit mantém o forte crescimento das cotações do par. Enquanto não for resolvida a situação orçamentária italiana para 2019, é bem improvável que o euro consiga uma alta significativa. O fortalecimento do euro é possível se houver uma desvalorização generalizada do dólar.
Considero que há dois fatores negativos para o euro:
1. Standard & Poor's (S&P) passou a perspectiva da dívida pública italiana de “estável” para “negativa”, embora tenha mantido o rating no nível BBB.
2. O vice-premier do governo italiano, Matteo Salvini, anunciou que não vai mudar nada no plano orçamentário.
Matteo Salvini declarou que nenhum banco italiano entrará em bancarrota. Ele pode tentar dar garantias, mas é improvável que os investidores o ouvirão. Os italianos não querem repetir o destino dos gregos e retiram capitais do país, temendo que a queda da cotação do euro acabe em uma crise bancária. O franco e o iene servem como ativos de proteção para eles.
Se os meios de comunicação vazarem a informação de que os bancos italianos que detém títulos públicos tiveram problemas devido ao aumento dos rendimentos desses títulos, a cotação do euro vai se desvalorizar em todos os mercados. A intensidade da queda vai depender da maneira como os meios de comunicação noticiarão isso.
Hoje cheguei a considerar uma queda até o grau 67, mas o padrão histórico indica reversão do preço para cima, na sessão dos EUA. Por conta disso, espero um rebote a partir do grau 45.