O cenário de intensa volatilidade ganha força tanto aqui, quanto no exterior e com o mesmo pano de fundo, num misto entre pandemia, política, estímulos, indicadores econômicos e imunização.
A maioria bipartidária aprovou dois pedidos de impeachment do presidente Trump ontem na câmara dos deputados americana, abrindo espaço para o processo avançar no senado, algo que provavelmente não deva acontecer antes do fim do mandato, daqui a seis dias, se depender do líder da maioria no senado, Mitch McConnell.
O senador já avisou que a casa somente retorna do recesso no dia 19 de janeiro, um dia antes da posse de Joe Biden.
Mitch quer evitar também dar ainda mais palanque político à Nancy Pelosi, articuladora do processo, a qual os interesses ultrapassam a mera assunção de crime de Trump na questão do Capitólio.
Tudo isso teria piores impactos, se não fosse o anúncio de Joe Biden de um possível pacote de estímulo de $ 2 trilhões, que incluirá pagamentos diretos consideráveis a famílias americanas, financiamento estadual e local significativo - incluindo para distribuição de vacina contra o COVID-19 e outras medidas de gastos de emergência.
Com o mercado financeiro totalmente adicto a tais estímulos, para muitos não poderia haver notícia melhor, suplantando os impactos políticos dos eventos derradeiros do turbulento mandato de Trump.
Localmente, a questão política também traz efeitos no mercado financeiro e algumas desesperanças crônicas no amanhã do processo de privatizações, com rumores de demissão do presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3), André Brandão, devido aos recentes PDV e fechamento de agências.
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Bolsonaro tem dado reiterados sinais que são mais compatíveis com sua persona deputado do que com o candidato a presidência com um ministro da economia liberal, ao defender por exemplo o CEASA, criar duas estatais, elogiar efusivamente a Caixa e próprio Banco do Brasil e não gerar absolutamente nenhum esforço político pelas privatizações.
Com isso, cresce não só o temor de privatizações estagnadas, como poucos avanços em termos político para a questão fiscal e inclusive, esforços para rompimento do teto dos gastos.
O apoio do mercado já está escasso e pode se tornar nulo, caso tal expediente continue.
No restante, o mercado financeiro continua atento à corrida entre a imunização global e o avanço da segunda onda pandêmica, com lockdowns renovados em diversas localidades e temores por novas cepas do vírus.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na esperança pelos estímulos anunciados pela equipe de Biden.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com o resultado do comercio exterior chinês superando as expectativas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, com exceção ao cobre.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com temores de novos lockdowns.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,41%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3075 / -0,25 %
Euro / Dólar : US$ 1,22 / -0,041%
Dólar / Yen : ¥ 104,01 / 0,125%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / 0,000%
Dólar Fut. (1 m) : 5306,10 / -1,00 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,24 % aa (2,17%)
DI - Janeiro 23: 5,04 % aa (4,68%)
DI - Janeiro 25: 6,60 % aa (3,61%)
DI - Janeiro 27: 7,28 % aa (2,39%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,6653% / 121.933 pontos
Dow Jones: -0,0265% / 31.060 pontos
Nasdaq: 0,4324% / 13.129 pontos
Nikkei: 0,85% / 28.698 pontos
Hang Seng: 0,93% / 28.497 pontos
ASX 200: 0,43% / 6.715 pontos
ABERTURA
DAX: 0,523% / 14012,57 pontos
CAC 40: 0,333% / 5681,54 pontos
FTSE: 0,627% / 6787,84 pontos
Ibov. Fut.: -1,91% / 121959,00 pontos
S&P Fut.: 0,210% / 3811,80 pontos
Nasdaq Fut.: -0,031% / 12949,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,02% / 80,63 ptos
Petróleo WTI: -0,42% / $52,87
Petróleo Brent: -0,46% / $55,94
Ouro: -0,29% / $1.840,54
Minério de Ferro: 0,00% / ¥ $169,51
Soja: -0,77% / $1.411,00
Milho: 0,38% / $526,00
Café: 0,24% / $125,30
Açúcar: 1,83% / $16,17