Conforme citado ontem por Rogério Xavier e demonstrado pelo CAGED, o mercado financeiro parece se mostrar descolado da realidade vigente de crise econômica e pandêmica e muitos se perguntam: estaríamos alheios à realidade?
Seria ingenuidade acreditar que os investidores estão inconscientes da situação em que o mundo se insere, ainda que no curto prazo pareça ocorrer tal descolamento da realidade.
O mercado financeiro tem como ativo principal a informação e o consumo dela leva a uma série de antecipações de movimentos, onde muitas vezes a realidade é “adoçada” pelo desejo dos investidores por recuperação ou ganhos maiores.
O mote é “o mercado antecipa”.
Observamos tal movimento em 2007, quando cientes de todo o problema de hipotecas se avolumando nos EUA com a constante elevação de juros por parte do Fed, os investidores se voltaram fortemente à toda sorte de commodities até a eclosão da crise.
Neste momento, o atual alimento para a subida das bolsas internacionais é a perspectiva de retomada da atividade econômica no hemisfério norte em meio ao verão, o que aumenta a possibilidade de uma recuperação mais intensa, principalmente em áreas turísticas.
Assim como o fictício prefeito Larry Vaughn de Amity Island, no filme Tubarão, muitos políticos estão conscientes do risco da abertura econômica e de uma segunda onda da doença, antes da descoberta de uma vacina definitiva.
Todavia, a “escolha de Sofia” tem forte suporte em dados extremamente negativos como o CAGED, o qual apesar do saldo, demonstrou alguma geração de vagas e o Livro Bege do Fed, com perspectivas bastante sombrias para os distritos americanos.
Nada é tão simples e binário neste momento.
Neste contexto, boa parte da liquidez dos ativos não é exatamente baseado na recuperação das empresas, mas é alimentado pela liquidez provida pelas autoridades monetárias, em especial o Fed, como ocorreu entre 2009 e 2019.
Nada está fácil, principalmente com o estado atual da política global, com Trump tentando fechar redes sociais ao ser censurado, juiz brasileiro tomando às vezes de investigador, procurador, advogado e executor, a política local tentando rever seus dias de glória e inabilidades de governantes se multiplicando em todos os níveis.
Em resumo, o mercado vai continuar a alimentar perspectivas positivas, enquanto a liquidez assim o permitir.
Atenção hoje ao IGP-M, PIB dos EUA, desemprego e mais uma série grande de indicadores.
No âmbito corporativo, destaque aos resultados de Hering (SA:HGTX3), Cosan (SA:CSAN3), Eletrobras (SA:ELET3), MRV (SA:MRVE3), Oi (SA:OIBR3) e Triunfo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, atentos à questão China-EUA.
Em Ásia-Pacífico, altas na maioria, com a crescente tensão entre China e Hong Kong.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, alta no geral, destaque ao minério de ferro em portos chineses.
O petróleo abriu em queda em Londres e em Nova York, com o aumento surpreendente dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,61%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2739 / -1,38 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,045%
Dólar / Yen : ¥ 107,75 / 0,000%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / 0,041%
Dólar Fut. (1 m) : 5283,45 / -1,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,22 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,29 % aa (-0,46%)
DI - Janeiro 25: 5,98 % aa (-0,50%)
DI - Janeiro 27: 6,93 % aa (-0,72%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,8986% / 87.946 pontos
Dow Jones: 2,2131% / 25.548 pontos
Nasdaq: 0,7723% / 9.412 pontos
Nikkei: 2,32% / 21.916 pontos
Hang Seng: -0,72% / 23.133 pontos
ASX 200: 1,32% / 5.851 pontos
ABERTURA
DAX: 0,362% / 11699,84 pontos
CAC 40: 0,645% / 4718,97 pontos
FTSE: 0,545% / 6177,72 pontos
Ibov. Fut.: 2,64% / 87982,00 pontos
S&P Fut.: 0,280% / 3033,40 pontos
Nasdaq Fut.: -0,543% / 9386,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,06% / 62,63 ptos
Petróleo WTI: -2,22% / $32,25
Petróleo Brent: -1,12% / $34,28
Ouro: 0,87% / $1.722,94
Minério de Ferro: 0,19% / $91,81
Soja: 0,00% / $847,25
Milho: 0,39% / $321,50 $321,50
Café: -0,54% / $101,75
Açúcar: -1,48% / $10,65