Sempre que um problema da dimensão do Silicon Valley Bank (SVB) ocorre, uma das funções primordiais de uma autoridade econômica é de evitar que o cenário de contaminação sistêmica se torna a tão temida “corrida aos bancos”, algo que ocorreu neste caso em particular.
O Fed, juntamente ao Tesouro e o FDIC entraram em ação, não de forma a criar um “bail-out” nos moldes daqueles ocorridos na crise de 2008, mas de forma a preservar os correntistas, ou seja, a parte fraca da equação.
Após semanas de sinais pesados na direção de juros mais elevados e um ciclo mais intenso, o desenho da política monetária ganha um enorme desafio com o problema que se descortinou com a questão do SVB, pois afinal, o próprio Powell em seu discurso, citou as condições financeiras.
“É importante que as condições financeiras reflitam o que estamos fazendo. Não estamos focados em movimentos de curto prazo, mas ao longo do tempo.”
“As condições financeiras não mudaram muito desde nossa reunião de dezembro. Só teremos que ver com que rapidez a inflação cairá. Nossa previsão é de que vai demorar mais para atingir e teremos que manter as taxas mais altas por mais tempo, mas vamos ver.”
Ou seja, segundo Powell, o Fed provavelmente precisará aumentar as taxas de juros mais do que o esperado em resposta aos dados fortes recentes e está preparado para avançar em etapas maiores se a "totalidade" das informações recebidas sugerir medidas mais duras para controlar a inflação.
A pressão sob a instituição agora tem a faceta da questão da saúde dos bancos, ainda que não se tenha levantado o papel dos juros mais altos na derrocada do banco e sim, más práticas gerenciais, o que, portanto, pode manter o foco do Fed nas inflações que serão divulgadas esta semana.
Assim como no Brasil existe a pressão governamental por juros mais baixos, colocando a situação do crédito como fator de pressão ao Bacen, o mercado principalmente utilizará deste evento como fator de pressão ao Fed para deter a elevação de juros.
O problema é casar a realidade econômica com os desejos incessantes de parte do mercado financeiro por juros mais baixos em nível global e pressões de preços como no último IPCA e nas projeções de inflações esta semana.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com temores de contaminação sistêmica dos bancos nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, seguindo os temores de NY com a situação do Sillicon Valley Bank.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, somente queda no cobre.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, seguindo a queda nas ações de petroleiras e o temor de juros mais altos no mundo.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 10,04%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,214 / 0,93 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / 0,479%
Dólar / Yen : ¥ 133,43 / -1,444%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,574%
Dólar Fut. (1 m) : 5238,85 / 1,69 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,15 % aa (1,04%)
DI - Janeiro 25: 12,37 % aa (1,28%)
DI - Janeiro 26: 12,45 % aa (0,97%)
DI - Janeiro 27: 12,65 % aa (0,78%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,3829% / 103.618 pontos
Dow Jones: -1,0703% / 31.910 pontos
Nasdaq: -1,7592% / 11.139 pontos
Nikkei: -1,11% / 27.833 pontos
Hang Seng: 1,95% / 19.696 pontos
ASX 200: -0,50% / 7.109 pontos
ABERTURA
DAX: -2,352% / 15065,11 pontos
CAC 40: -2,425% / 7045,54 pontos
FTSE: -2,128% / 7583,49 pontos
Ibov. Fut.: -1,45% / 104580,00 pontos
S&P Fut.: 0,05% / 3864,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,629% / 11902,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,21% / 104,33 ptos
Petróleo WTI: -1,81% / $75,29
Petróleo Brent: -1,70% / $81,37
Ouro: 1,14% / $1.885,26
Minério de Ferro: 2,04% / $131,40
Soja: 0,58% / $1.521,75
Milho: 0,93% / $624,25
Café: 2,39% / $175,00
Açúcar: -0,47% / $20,97