Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
A temporada de resultados acaba de começar, e a previsão é que o desempenho do S&P 500 no primeiro trimestre apresente uma drástica queda em relação ao mesmo período do ano passado. As expectativas para o segundo trimestre são ainda piores.
A má notícia é que essas estimativas devem continuar caindo, pois algumas ações bancárias já divulgaram resultados bem abaixo do esperado. As empresas que apresentarão balanços nas próximas semanas serão ainda mais pressionadas pela expectativa de recuperação ou colapso total nas projeções de resultados para 2020 e possivelmente 2021.
Até 9 de abril, a previsão de resultados da S&P Dow Jones para o primeiro trimestre era de US$ 34,71 por ação para o S&P 500. Trata-se de um declínio de 8,6% em relação ao ano passado.
Da mesma forma, as projeções de resultados para o segundo trimestre apresentaram uma queda de 18,3% em relação ao mesmo período de 2019. Para todo o ano, a expectativa é que haja um declínio de 6,7% nos resultados, para US$ 146,57 por ação, em comparação com 2019.
Tendência de baixa
Parece ter sido há muito tempo, mas em 31 de dezembro de 2019 a S&P Dow Jones previa resultados de US$ 175,52 para o S&P 500 em 2020. Mas essas estimativas sofreram uma queda de 16,5% nos últimos quatro meses. Sem dúvida, trata-se de uma impressionante mudança nos acontecimentos em um período tão curto.
Ao mesmo tempo, as estimativas de resultados para o primeiro e segundo trimestres tiveram uma queda de 13,9% e 24,6%, respectivamente. Tais estimativas já vinham em tendência de baixa há algum tempo e aceleraram um pouco nas últimas semanas.
Bancos definiram um tom fraco
Empresas como JPMorgan (NYSE:JPM) e Bank of America (NYSE:BAC) divulgaram resultados bem abaixo das expectativas. Com isso, as estimativas consensuais dos analistas para essas companhias caíram ainda mais.
Os analistas, por exemplo, cortaram suas projeções de resultados para o JPMorgan em 2020 em 48,8% ao longo do último mês e agora consideram que a companhia terá um lucro de US$ 5,44 por ação neste ano, contra US$ 10,72 no ano passado.
As estimativas de resultados do Bank of America também tiveram uma sensível redução, com os analistas cortando sua previsão de lucro para 2020 em mais de 36% ao longo dos últimos 30 dias, para US$ 1,85 por ação, um declínio de 36,7% em relação ao ano passado.
Tecnologia pode ter que salvar o dia
Ficará a cargo de algumas das maiores ações de tecnologia dar algum impulso de alta aos resultados. Até o momento, os analistas não veem um impacto muito grande nos resultados de empresas como Apple (NASDAQ:AAPL) ou Amazon (NASDAQ:AMZN).
Com base nas últimas estimativas, a Apple deve apresentar uma elevação de 5,2% em seu lucro por ação em 2020, em US$ 12,51. As estimativas da Apple vêm apresentando queda, mas nem de longe se comparam às dos bancos. Os analistas cortaram as projeções para a fabricante do iPhone em apenas 5,9% ao longo do último mês.
Da mesma forma, as estimativas de lucro por ação da Amazon foram cortadas em apenas 2,4% ao longo do último mês, para US$ 28,48, o que representaria uma taxa de crescimento de lucro de 23,8% em 2020. Com base no comportamento da ação nas últimas semanas, o mercado parece acreditar que pode inclusive haver uma alta na perspectiva, já que as ações registraram uma nova máxima histórica.
Ninguém sabe ao certo como será a temporada de resultados. Mesmo assim, tudo indica que, se a atual tendência persistir, é provável que as estimativas de resultados para 2020 continuem em queda, principalmente no atual ambiente de confinamento, em que o mundo parece estar refém do coronavírus.
O que está claro, no entanto, é a importância dos balanços do primeiro trimestre e as perspectivas fornecidas pelas empresas. Elas devem definir o tom do resto do ano e possivelmente de 2021.
Aviso: Michael Kramer e os clientes da Mott Capital detêm ações da Apple.
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