A situação de um adicto é sempre crítica no momento em que o elemento de seu vício lhe é retirado, levando ao inevitável processo de crise de abstinência, onde tudo se torna mais sensível, piorado e seguido de crises.
Independente de qual vício, o comportamento do mercado se assemelha em muito ao o que acontece com os viciados na vida real e neste caso, a abstinência é de estimulantes na economia, como os que os EUA estão prometendo há meses.
O problema exatamente vem primeiramente de quando o estímulo está em uso, pois o usuário, neste caso o mercado, tende a ignorar uma série de riscos e problemas de toda ordem, ‘surfando’ na onda e se sentindo bem.
Daí o mercado, muitas vezes propositadamente, deixar de lado uma série de problemas que se acumulam, como o aumento de casos de COVID-19 no mundo todo, da possibilidade de isso se converter em uma segunda onda recessiva e principalmente, da inquietação social que isto tem trazido.
Sem o estímulo, tudo isso está ganhando a devida atenção, em especial com a série de eventos na Europa, onde uma população que ainda sequer se recuperou da primeira onda pandêmica se revolta com a possibilidade de novos lockdowns, tendo considerado os primeiros ineficientes.
Protestos já ocorrem em diversos países europeus e tendem a piorar ainda mais, conforme os governos executam seus planos de um novo freio na economia, de modo a tentar conter o avanço da doença.
Isso tem acontecido por todo o mês de outubro, mas somente a ausência dos estimulantes pode fazer o mercado dar a devida atenção.
Hoje o COPOM traz sua decisão, manutenção com enorme possibilidade, porém muito se aguarda da mudança de discurso da autoridade monetária.
Entre incertezas sobre o futuro da questão política / fiscal e uma serie de pressões de preços com perenidade maior do que se previa anteriormente, o ideal seria a mudança do forward guidance e o ‘fechamento da porta’ para novos cortes.
Porém, seu histórico diz que a escolha será somente pela renúncia de um dos dois, dificilmente ambos.
A se ver, novamente.
Destaque hoje aos estoques ao atacado e varejo e balança de bens nos EUA e a decisão do COPOM no Brasil.
Na agenda corporativa, destacam-se os resultados de Visa, MasterCard, Boeing, Sony, GlaxoSmithKline, GE, CME, Vale (SA:VALE3), BASF, Petrobras (SA:PETR4), Budweiser, ADP, Ford, eBay, Hitachi, Pinterest (NYSE:PINS), Deutsche Börse, Fiat Chrysler, Deutsche Bank, Nomura e localmente Banco Bradesco (SA:BBDC4), Cesp (SA:CESP6), EDP (SA:ENBR3), Embraer (SA:EMBR3), Gerdau (SA:GGBR4), Magazine Luiza (SA:MGLU3), Gerdau, Multiplan (SA:MULT3), Odontoprev (SA:ODPV3), Pão de Açúcar (SA:PCAR3), Petrobras e Vale.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o aumento dos casos de COVID-19 no hemisfério norte e balanços.
Em Ásia-Pacífico, dia mais positivo, mas atento e cauteloso com a pandemia.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York com os temores de super-oferta da commodity.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 8,70%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,7064 / 1,46 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,415%
Dólar / Yen : ¥ 104,18 / -0,144%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / -0,560%
Dólar Fut. (1 m) : 5675,68 / 0,87 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,25 % aa (-0,23%)
DI - Janeiro 23: 4,93 % aa (1,02%)
DI - Janeiro 25: 6,67 % aa (1,06%)
DI - Janeiro 27: 7,49 % aa (0,81%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,3972% / 99.606 pontos
Dow Jones: -0,8026% / 27.463 pontos
Nasdaq: 0,6375% / 11.431 pontos
Nikkei: -0,29% / 23.419 pontos
Hang Seng: -0,32% / 24.709 pontos
ASX 200: 0,11% / 6.058 pontos
ABERTURA
DAX: -2,680% / 11740,32 pontos
CAC 40: -2,426% / 4615,89 pontos
FTSE: -1,681% / 5632,66 pontos
Ibov. Fut.: -1,56% / 99647,00 pontos
S&P Fut.: -1,386% / 3336,20 pontos
Nasdaq Fut.: -1,100% / 11478,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,87% / 72,94 ptos
Petróleo WTI: -4,14% / $38,06
Petróleo Brent: -3,08% / $39,88
Ouro: -0,39% / $1.900,01
Minério de Ferro: 0,91% / ¥ $120,63
Soja: -0,85% / $1.072,75
Milho: -1,44% / $410,00
Café: -1,17% / $105,65
Açúcar: -0,81% / $14,70