O Sell-off de ontem possui características típicas de um cenário de volatilidade, o mesmo que explica dias com um renovado apetite pelo prêmio de maior risco e o “retorno” de investidores estrangeiros a mercados como o brasileiro.
Como estamos sob a égide de pretensas incertezas, Bancos Centrais precisam agir para evitar o enraizamento da inflação na economia dos países desenvolvidos, algo que não ocorreu nem há 40 anos, quando o petróleo assolou a inflação mundial, mas está se tornando presente agora.
Por isso as incertezas não são tão incertas, afinal, sabemos que o atraso em se tomar decisões difíceis de política monetária alimentou a dificuldade em combater a escalada de preços e tudo em nome da errônea percepção de que derramar rios de dinheiro na economia não traria inflação.
Trouxe inflação e trará recessão.
Hoje, as atenções se voltam ao IPCA-15 no Brasil, com perspectivas de deflação, puxada por combustíveis e alimentos, além da descompressão de uma série de itens, o que nos diferencia em termos de medidas de preços do que ocorre nos países desenvolvidos, impactos de energia disseminados em toda a cadeia.
Com tal alívio, é de suma importância o sinal a ser emitido pelo Bacen hoje na ata da última reunião do COPOM e no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) na quinta-feira (29), especialmente após a manutenção de juros e o duro recado do comitê desde a reunião de semana passada, de forma a evitar rompantes dovish do mercado.
Aguardamos um sinal mais duro pela manutenção, estrategicamente emitido pelo pedido de dois membros por uma elevação marginal de 25 bp, o que transfere quaisquer possibilidades de cortes para o segundo semestre.
No restante, o dia é dedicado a dados do setor imobiliário e atividade econômica nos EUA, como pedidos de bens duráveis e de capital, preços e vendas de imóveis e índice de confiança do consumidor.
O estranho retorno de uma melhora do mercado após buscarem mínimas ontem deve ser observado com cautela, pois a visão de commodities em queda, puxadas por um cenário recessivo e, portanto, pretensamente desinflacionário não ocorrerá no hemisfério norte enquanto os riscos de cauda presentes não se resolverem, em especial Ucrânia e num contexto de pior dos casos, Taiwan.
De resto, o modo eleição no Brasil está acionado.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com cautela, após um pesado início de semana aos mercados.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, em alta com ganhos de consumo e saúde na China e o PPI em queda de -0,2% em agosto no Japão, 1,9% aa.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, após romper os US$ 80 em NY e os US$ 85 em Londres, com perspectiva de equilíbrio da oferta após forte queda.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,05%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3915 / 2,44 %
Euro / Dólar : US$ 0,96 / 0,219%
Dólar / Yen : ¥ 144,29 / -0,311%
Libra / Dólar : US$ 1,08 / 1,169%
Dólar Fut. (1 m) : 5399,00 / 2,45 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,71 % aa (0,46%)
DI - Janeiro 24: 12,95 % aa (0,97%)
DI - Janeiro 26: 11,69 % aa (2,41%)
DI - Janeiro 27: 11,69 % aa (2,45%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,3290% / 109.114 pontos
Dow Jones: -1,1139% / 29.261 pontos
Nasdaq: -0,5982% / 10.803 pontos
Nikkei: 0,53% / 26.572 pontos
Hang Seng: 0,03% / 17.860 pontos
ASX 200: 0,41% / 6.496 pontos
ABERTURA
DAX: 0,168% / 12248,49 pontos
CAC 40: 0,208% / 5781,39 pontos
FTSE: -0,440% / 6990,09 pontos
Ibov. Fut.: -2,52% / 109613,00 pontos
S&P Fut.: 0,98% / 3706 pontos
Nasdaq Fut.: 1,253% / 11456,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,23% / 111,96 ptos
Petróleo WTI: 1,54% / $77,89
Petróleo Brent: 1,81% / $85,58
Ouro: 0,84% / $1.635,72
Minério de Ferro: 2,00% / $97,50
Soja: 0,78% / $1.422,25
Milho: 0,38% / $668,75
Café: 1,12% / $226,45
Açúcar: 0,82% / $18,50