Em um dia de foco na Europa e na sua decisão de política monetária, a sensibilidade cresce, com a renúncia definitiva de Mario Draghi como primeiro-ministro italiano, após falta de consenso para as pautas do governo, dificultando assim a vida do bloco, em meio aos desafios econômicos, especialmente o fiscal.
A decisão de juros pelo BCE tem sofrido enorme resistência, especialmente do grupo ligado à sua presidente, LaGarde e muito tem a ver com a situação que ocorre em países que protagonizaram a crise europeia de 2010.
Ainda que seja um bloco e sob a égide de um banco central, a Zona do Euro tem as típicas particularidades regionais, como sempre foi a Europa e entre seus membros, existem aqueles fiscalmente mais responsáveis, notadamente a Alemanha, parte dos países nórdicos.
Do outro lado, países como Itália, Espanha, Grécia, França e Portugal passaram por enormes desafios fiscais, no qual parte deles obteve sucesso nos seus ajustes, porém a Itália não venceu a luta com a questão fiscal e a escalada de sua dívida pública.
Neste sentido, a elevação de juros por parte do BCE cria o desafio não somente da retirada dos estímulos e do controle da inflação, mas também de como isso afetará a trajetória da dívida pública dos países que não fizeram seu papel no controle dos gastos.
Volta neste sentido, a discussão entre a postura fiscal alemã e italiana, o que nos faz acompanhar de perto o spread entre os títulos soberanos de ambos os países e o quanto isso reflete uma parcela de grande relevância do problema.
A guerra na Ucrânia, repetimos, não é o causador do problema europeu, é um mero elemento catalisador, com potencial de acelerar a questão inflacionária, porém nem de perto é a causa, que vem da formação do bloco, como explicitamos em nosso artigo sobre o Brexit.
No Japão, o BoJ manteve inalterada a taxa de juros, porém indicou uma piora das projeções de inflação para os próximos períodos, quando comparado à decisão anterior e apesar da piora da projeção do PIB atual, melhorou a perspectiva para os próximos dois anos.
Neste sentido, o desafio do Japão é completamente diferente do Europeu e se assemelha mais aos problemas enfrentados pelos emergentes em termos inflacionários.
No fim, a volatilidade continua como solitária certeza.
Como citamos acima, o foco do dia é a decisão de juros do BCE, acompanhada da reabertura do gás russo à região, coleta de impostos no Brasil e no mercado, a forte queda de commodities.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela decisão de juros na Europa e sensíveis à demissão de Draghi na Itália.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com queda na China por conta de novos lockdowns e o restante em alta, com destaque ao Nikkei, após a manutenção de juros pelo BoJ.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata e platina.
O petróleo abre em queda em Londres e alta em Nova York, com temores de demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,13%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4704 / 1,07 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / 0,177%
Dólar / Yen : ¥ 138,64 / 0,304%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / -0,042%
Dólar Fut. (1 m) : 5471,73 / 0,95 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 14,07 % aa (-0,35%)
DI - Janeiro 24: 13,89 % aa (-1,07%)
DI - Janeiro 26: 13,27 % aa (-0,38%)
DI - Janeiro 27: 13,30 % aa (-0,49%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0428% / 98.287 pontos
Dow Jones: 0,1502% / 31.875 pontos
Nasdaq: 1,5752% / 11.898 pontos
Nikkei: 0,44% / 27.803 pontos
Hang Seng: -1,51% / 20.575 pontos
ASX 200: 0,52% / 6.794 pontos
ABERTURA
DAX: -0,279% / 13244,95 pontos
CAC 40: 0,460% / 6213,10 pontos
FTSE: -0,374% / 7237,13 pontos
Ibov. Fut.: 0,14% / 99126,00 pontos
S&P Fut.: 0,00% / 3962,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,217% / 12494,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -2,43% / 114,70 ptos
Petróleo WTI: -4,60% / $95,29
Petróleo Brent: -4,53% / $102,08
Ouro: -0,63% / $1.685,07
Minério de Ferro: -1,23% / $98,95
Soja: -1,14% / $1.432,50
Milho: -1,01% / $586,25
Café: -1,35% / $215,20
Açúcar: -0,70% / $18,54