No contexto internacional, o mote da correção dos ativos ontem continuou a ser o avanço de casos virais no hemisfério norte, em meio às tentativas de retomada da atividade econômica durante o verão.
Novos casos nos EUA, Alemanha e Japão alimentaram a breve frustração dos investidores e conduziram à correção observada nas bolsas de valores, mas aparentemente perdendo força nas aberturas globais.
Ainda que as bolsas aqui tenham corrigido com menor intensidade na comparação com o exterior, sustentadas pela perspectiva da bem-sucedida votação do marco do saneamento, aprovado com larga maioria do Senado, o problema reside em um ativo, o dólar.
Por mais que se tente embutir uma pretensa normalidade às oscilações observadas na divisa, o Real é a moeda mais claramente distorcida entre seus pares internacionais desde o início do ano.
A série de fatores que levaram a tais distorções se confundem entre os problemas políticos locais, declarações desastradas de membros da equipe econômica sobre o câmbio, redução de posições de overhedge por parte de grandes instituições financeiras, cortes acentuados de juros e atuação usualmente tímida do BC para conter tais movimentações.
O problema em si não é a desvalorização cambial, processo natural em diversas economias, porém é a extrema oscilação da divisa, fora de parâmetros normais, as quais atingem diretamente o setor produtivo em suas diversas escalas e setores, além da inflação.
Um dólar que começou o ano a R$ 4,00, chegou a R$ 6,00, voltou recentemente a R$ 4,80 e em duas semanas retorna a R$ 5,40 é quase tão contraproducente quanto a pandemia, em especial para o setor exportador.
O papel do BC está nitidamente distorcido este ano.
Dia de agenda pesada, com destaque para o IPCA-15, onde projetamos o retorno da inflação, após um período claramente deflacionário, em resposta aos transportes (combustíveis) e ao câmbio, o qual ainda pesa mais nos índices ao atacado. Isso traz atenção também ao relatório trimestral de inflação do Banco Central e à reunião do CMN e definição de novas metas de inflação.
Nos EUA, pedidos de bens duráveis saem junto ao PIB 1T20, com efeito do COVID-19 já imposto à economia americana.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, com o aumento de casos como pano de fundo de uma realização de lucros.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos na sua maioria, com as revisões de crescimento do PIB do FMI e realização de lucros.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abriu em queda em Londres e em Nova York, com o aumento dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,81%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3465 / 3,73 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,222%
Dólar / Yen : ¥ 107,22 / 0,178%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / 0,129%
Dólar Fut. (1 m) : 5320,84 / 3,43 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,07 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,22 % aa (2,68%)
DI - Janeiro 25: 5,94 % aa (2,24%)
DI - Janeiro 27: 6,93 % aa (1,91%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,6648% / 94.377 pontos
Dow Jones: -2,7151% / 25.446 pontos
Nasdaq: -2,1932% / 9.909 pontos
Nikkei: -1,22% / 22.260 pontos
Hang Seng: -0,50% / 24.782 pontos
ASX 200: -2,48% / 5.818 pontos
ABERTURA
DAX: 0,216% / 12120,06 pontos
CAC 40: 0,098% / 4876,15 pontos
FTSE: -0,070% / 6119,40 pontos
Ibov. Fut.: -1,73% / 94433,00 pontos
S&P Fut.: -0,272% / 3040,70 pontos
Nasdaq Fut.: -0,077% / 10000,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,44% / 63,43 ptos
Petróleo WTI: -0,76% / $37,63
Petróleo Brent: 0,35% / $40,27
Ouro: 0,12% / $1.760,85
Minério de Ferro: 0,26% / $103,12
Soja: -0,06% / $869,75
Milho: -0,23% / $323,25 $323,25
Café: -0,47% / $96,20
Açúcar: 0,17% / $11,71