Em uma sessão volátil nas aberturas e focada no exterior, o mercado global foi puxado pelas bolsas americanas, estas animadas pela queda do rendimento dos Treasuries de 10 anos abaixo dos 1,72% aa, após dias de pressão vendedora.
Powell, em seu discurso ontem já alerta os investidores das pressões inflacionárias de curto prazo e de como isso pode afetar as curvas de juros, porém não se trata de um movimento perene e sim, temporário.
Projetamos um CPI de 0,5% na próxima semana, o que significaria uma inflação anual de 2,40%, acima do que se considera a meta do FOMC, mas com núcleo ainda preservado em 1,5% aa.
O PPI hoje deve seguir a mesma linha.
Os alertas constantes do Fed são exatamente para que o público em geral não tome as pressões recentes como um novo padrão, pois incluem efeitos de commodities, da desvalorização do dólar, combustíveis, elevação do consumo por conta dos cheques e programa de seguro desemprego.
Localmente, além da preocupação com o orçamento, o qual segue em franca discussão entre as alas política e econômica do governo, as atenções se voltam às declarações mais recentes de membros do BC em lives com instituições financeiras.
As citações mais recentes de Fabio Kanczuk, já comprometendo a próxima elevação de juros em 75 bp, conforme citado na ata da última reunião do COPOM, vai em linha com o cenário desenhado por Bruno Serra.
Segundo ele, apesar da descompressão em alimentos, os núcleos já rodam acima das metas e combustíveis continuam a pressionar transportes, o item de maior peso atualmente nas medidas de preços ao varejo.
Tais pressões não eram surpreendentes, conforme alertamos desde o segundo semestre do ano passado, mesmo com certa descompressão de preços observada antes do fim do ano, pois parte das medidas mais altas vem da volatilidade que o câmbio trouxe numa série de itens da cesta de consumo.
O IPCA hoje deve traduzir tal pressão com alta superior a 1% e sinais de descompressão futura, os quais não são ainda suficientes para compensar a inércia que as pressões recentes trouxeram, virão a partir das medidas de abril.
Ainda existe o problema da elevação do preço do gás natural, o qual afeta a indústria e parte dos transportes, além de parte do consumo doméstico, mas por enquanto, além de carecer de confirmação, o impacto tende a ser diluído mais no atacado do que no varejo, ou seja, mais pressão nos IGPs.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, após mais um recorde das bolsas americanas.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, exceção ao Nikkei, com CPI mais forte na China na medição anual.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com o dólar global mais fraco.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,30%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5714 / -0,80 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / -0,193%
Dólar / Iene : ¥ 109,73 / 0,366%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / -0,197%
Dólar Futuro (1 m) : 5577,30 / -1,16 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,67 % aa (-0,44%)
DI - Janeiro 23: 6,42 % aa (-3,68%)
DI - Janeiro 25: 8,11 % aa (-3,22%)
DI - Janeiro 27: 8,75 % aa (-2,67%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5863% / 118.313 pontos
Dow Jones: 0,1713% / 33.504 pontos
Nasdaq: 1,0261% / 13.829 pontos
Nikkei: 0,20% / 29.768 pontos
Hang Seng: -1,07% / 28.699 pontos
ASX 200: -0,05% / 6.995 pontos
ABERTURA
DAX: 0,094% / 15216,97 pontos
CAC 40: 0,273% / 6182,55 pontos
FTSE 100: -0,150% / 6931,82 pontos
Ibovespa Futuros: 0,64% / 118322,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,469% / 4089,00 pontos
Nasdaq Futuros: -0,149% / 13716,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,25% / 84,18 ptos
Petróleo WTI: -0,20% / $59,60
Petróleo Brent: -0,47% / $63,02
Ouro: -0,53% / $1.744,34
Minério de ferro: 0,56% / ¥ $170,45
Soja: -0,09% / $1.412,50
Milho: 0,26% / $579,75
Café: 0,08% / $128,10
Açúcar: 0,72% / $15,30