Em meio ao cenário desafiador de curto prazo, a agenda vazia do dia é mais um elemento para incrementar a volatilidade dos ativos e a falta de rumo, em meio à uma série díspar de indicadores econômicos no mundo.
O ADP Employment ontem, levemente acima das expectativas às 208.000 vagas criadas, mas com revisão anterior de 132.000 para 185.000 demonstra que, apesar daquilo que se indica nas expectativas dos gerentes, do mercado imobiliário desafiador, o mercado de trabalho ainda é o fiel da balança para o Fed.
Em resumo, enquanto não houver sinal de arrefecimento da criação de vagas, desemprego e especialmente, custo de mão de obra, não haverá espaço para alívio do Fed na condução da política monetária.
Considerando os elementos da curva de Phillips, a NAIRU (Taxa de Desemprego Não Aceleradora de Inflação ou taxa natural de desemprego) continua no ponto em que não existem elementos que aliviem a atual pressão de preços, especialmente de bens de consumo.
Neste caso, entre a retirada de uma série de estímulos de auxílio desemprego ainda presentes em diversos estados americanos, apesar da abrupta queda na taxa e a elevação contínua de juros, o Fed continuará a optar pelo segundo, devido às eleições de meio de mandato nos EUA.
Para piorar a situação, a dissolução dos ativos no balanço do Fed continua dificultada pela elevação forte dos custos de hipotecas no mercado aberto, as quais mais que dobraram desde janeiro deste ano, com ímpeto renovado a partir de agosto, após breve alívio em julho.
Neste cenário, são limitados os instrumentos para o controle da inflação, portanto, somente um sinal recessivo em massa dos indicadores econômicos, quem comecem a influenciar o mercado de trabalho serão suficientes para sinalizar ao Fed que o momento de deter a elevação de juros finalmente chegou.
Assim, o ‘Good News, Bad News’ e vice-versa acaba por fazer sentido, em meio aos desafios impostos pelo mercado de trabalho no curto prazo e pelo atraso na melhor prática de condução da política monetária dos BCs do norte.
Atenção hoje aos pedidos de auxílio-desemprego e Challenger nos EUA e o IGP-DI de setembro no Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, numa abertura volátil, devido novamente a pressão nos Treasuries.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com exceção de Hong Kong e sem a presença da China continental, devido ao feriado desta semana toda.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque ao cobre e paládio.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, apesar do corte de produção por parte da OPEP+ em dois milhões de barris/dia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,31%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1975 / 0,39 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / 0,101%
Dólar / Yen : ¥ 144,70 / 0,055%
Libra / Dólar : US$ 1,13 / -0,283%
Dólar Fut. (1 m) : 5224,00 / 0,08 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,58 % aa (0,01%)
DI - Janeiro 24: 12,74 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 26: 11,33 % aa (0,71%)
DI - Janeiro 27: 11,31 % aa (0,58%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,8326% / 117.198 pontos
Dow Jones: -0,1400% / 30.274 pontos
Nasdaq: -0,2485% / 11.149 pontos
Nikkei: 0,70% / 27.311 pontos
Hang Seng: -0,42% / 18.012 pontos
ASX 200: 0,03% / 6.818 pontos
ABERTURA
DAX: -0,301% / 12479,48 pontos
CAC 40: -0,452% / 5958,42 pontos
FTSE: -0,473% / 7019,23 pontos
Ibov. Fut.: 0,80% / 117577,00 pontos
S&P Fut.: -0,70% / 3767,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,381% / 11537,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,02% / 116,51 ptos
Petróleo WTI: -0,16% / $87,62
Petróleo Brent: -0,15% / $93,23
Ouro: 0,04% / $1.716,34
Minério de Ferro: 0,66% / $94,35
Soja: -0,42% / $1.359,25
Milho: -0,11% / $681,75
Café: 0,60% / $225,20
Açúcar: 0,67% / $18,06