A não surpreendente decisão do COPOM ontem em cortar 75 bp a Selic para os inéditos 2,25% a.a. foi seguida de um movimento bem menos dovish do que aquele observado em reuniões anteriores.
Ao citar os próximos movimentos, o BC deu ênfase ao termo “deve ser menor” ao se referir ao próximo movimento de política monetária, dando a entender que está contratado um corte de 25 bp a termo, passível de ajustes até a próxima reunião, não excluída uma pausa.
Além de ajustar os movimentos do mercado de juros futuros e precificar o possível fim do ciclo, afastando as teses de ZLB (Zero Lower Bound), onde, ainda que a armadilha de liquidez esteja menos presente no Brasil do que no exterior, o potencial da política monetária está sob questionamento há algum tempo.
A obvia preocupação com a questão fiscal e as reformas foram novamente enfatizadas pela autoridade monetária, porém o peso de tal situação é redobrado num ambiente de “gastos de guerra” e necessidade de mudanças estruturais importantes, para suportar o “pós-guerra”.
Este é será o papel de agora em diante, dado que estamos sob a égide de taxas com o maior potencial estimulativo da história brasileira, mesmo que o elevado risco e a tradicional posição conservadora dos bancos não convertam isso em resultados mais eficientes.
Por fim, o movimento do BC também limita o que se considera como desvalorização da divisa, com a sinalização de final de ciclo e unindo a um possível corte mais modesto, pode haver limites também à desvalorização do Real frente ao dólar.
Globalmente, as atenções continuam voltadas à possibilidade de retomada da atividade econômica no verão do hemisfério norte.
Especialistas dizem que o surto de vírus de Pequim está sob controle.
Enquanto isso, partes dos EUA continuaram a diminuir as restrições de bloqueio, como a cidade de Nova York, prestes a entrar na Fase 2 de sua reabertura no dia 22, que inclui varejo, salões de beleza e escritórios selecionados, diz o governador Andrew Cuomo.
Na decisão de juros hoje do Banco da Inglaterra (BoE), espera-se uma expansão da compra de títulos, mas taxas negativas não devem ocorrer, com possível aumento do programa de alívio quantitativo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o vírus em voga.
Em Ásia-Pacífico, negativo, exceto Shanghai, com temores em voga sobre a pandemia.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com destaque ao cobre.
O petróleo abriu em alta em Londres e em Nova York, com temores do impacto da segunda onda da atividade econômica.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,81%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2298 / -0,23 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,009%
Dólar / Yen : ¥ 107,05 / 0,037%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,542%
Dólar Fut. (1 m) : 5253,72 / 0,96 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,05 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,12 % aa (-1,67%)
DI - Janeiro 25: 5,66 % aa (-1,91%)
DI - Janeiro 27: 6,62 % aa (-1,78%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,1555% / 95.547 pontos
Dow Jones: -0,6480% / 26.120 pontos
Nasdaq: 0,1482% / 9.911 pontos
Nikkei: -0,45% / 22.355 pontos
Hang Seng: -0,07% / 24.465 pontos
ASX 200: -0,92% / 5.936 pontos
ABERTURA
DAX: -0,444% / 12327,16 pontos
CAC 40: -0,631% / 4964,46 pontos
FTSE: -0,065% / 6249,21 pontos
Ibov. Fut.: 1,97% / 95646,00 pontos
S&P Fut.: -0,345% / 3118,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,023% / 9991,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,28% / 64,25 ptos
Petróleo WTI: 0,45% / $38,14
Petróleo Brent: 0,71% / $40,95
Ouro: 0,06% / $1.727,48
Minério de Ferro: -0,27% / $103,18
Soja: 0,26% / $873,50
Milho: 0,68% / $332,50 $332,50
Café: -0,62% / $95,65
Açúcar: -0,50% / $12,05