A volatilidade da sessão anterior do mercado financeiro é o sinal de perda do ‘ encanto’ dos investidores com a perspectiva de reforma, dado o noticioso em Brasília das pressões para um novo pacote de auxílio, sem antes a busca pelo fiscal necessário para cobrir tal rombo.
A necessidade de se cumprir com um expediente eleitoral e não de reformas renova os temores de que a questão fiscal se converterá em um ponto a mais na pressão inflacionária vigente em especial pela que está se desenhando nos próximos meses.
Desde o mandato de Ilan, o Banco Central cita o avanço das reformas como pouto essencial para a continuidade dos juros baixos e tal premissa se desfez com a pandemia, ainda que a autoridade monetária continuasse a citar a importância da ocorrência de tais eventos em todos os comunicados.
Eis que entramos em 2021 com semelhantes pressões de preços ao fim do ano passado, com foco na forte volatilidade do câmbio, choques globais de oferta, pressões por preços de commodities, alimentos e derivados de petróleo, além das pressões de preços administrados, devido às altas dos IGPs.
Neste cenário, o Banco Central continua dividido na perspectiva de retomada do aperto monetário e normalização dos juros, o que poderia ocorrer em março, porém, as pressões políticas pela taxa atual podem cumprir um papel no atual contexto e tudo pode ser relegado à reunião seguinte.
A deterioração das condições financeiras parece não serem ainda suficientes para convencer todo o comitê de política monetária aos reajustes dos juros no curto prazo, porém o temor com a questão fiscal já sem impõe nas curvas de juros e a próxima reunião do COPOM tende a ser bastante agitada.
Já a agitação na curva de juros americana devido à citação de possíveis pressões inflacionárias nos EUA é muito mais uma reação ao ‘boato’, do que efetivamente ao ‘fato’, pois ainda é difícil mensurar que mesmo injetando recursos diretamente na população e não via QE vai reativar os parâmetros até agora perdidos da curva de Philips.
Como se vê, 2021 ainda carrega inércia de 2020.
Atenção aos balanços de Cisco, S&P, Honda, Twitter, DuPont (NYSE:DD), Nissan, Lyft (NASDAQ:LYFT), Fox.
Localmente, BTG (SA:BPAC11), Neo Energia e Tim (SA:TIMS3).
Na agenda macro IPCA, inflações semanais e PPI e CPI na China, após o fechamento do mercado.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, de olho em resultados corporativos e possível correção.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, seguindo fechamento em Wall St..
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com redução dos estoques globais.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,01%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3575 / -0,38 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / 0,531%
Dólar / Yen : ¥ 104,63 / -0,646%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / 0,313%
Dólar Fut. (1 m) : 5371,61 / 0,05 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,31 % aa (1,77%)
DI - Janeiro 23: 4,95 % aa (-0,70%)
DI - Janeiro 25: 6,38 % aa (1,11%)
DI - Janeiro 27: 7,03 % aa (0,72%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4523% / 119.696 pontos
Dow Jones: 0,7625% / 31.386 pontos
Nasdaq: 0,9479% / 13.988 pontos
Nikkei: 0,40% / 29.506 pontos
Hang Seng: 0,53% / 29.476 pontos
ASX 200: -0,86% / 6.821 pontos
ABERTURA
DAX: -0,609% / 13974,27 pontos
CAC 40: -0,093% / 5680,72 pontos
FTSE: -0,040% / 6520,90 pontos
Ibov. Fut.: -0,38% / 119743,00 pontos
S&P Fut.: 0,716% / 3908,10 pontos
Nasdaq Fut.: -0,093% / 13666,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,42% / 83,89 ptos
Petróleo WTI: 0,53% / $58,13
Petróleo Brent: 0,61% / $60,79
Ouro: 0,96% / $1.843,97
Minério de Ferro: 2,80% / ¥ $156,10
Soja: 1,19% / $1.404,75
Milho: 1,15% / $570,00
Café: 0,00% / $124,10
Açúcar: 0,43% / $16,33