Unânime decisão e unanimemente polêmica.
O Copom reduziu os juros em 75 pontos-base (bps) na reunião de dois dias encerrada ontem, com o corte superando a expectativa de grande maioria dos analistas, os quais inclusive aguardavam um posicionamento mais cauteloso da autoridade.
Aos 3% ao ano (qualquer decisão para baixo é recorde desde os 7,25% de 2012), não somente o banco central coloca o país em níveis de juros de primeiro mundo, como emite um sinal fortemente dovish quanto aos movimentos futuros.
Isso fica claro quando dois membros sugeriram um impacto já forte nesta reunião e ao se recusar, o BC responde:
”Assim, o Copom optou por uma provisão de estímulo mais moderada, com o benefício de acumular mais informação até sua próxima reunião”
Ou seja, os 75 bps foram considerados MODERADOS nesta reunião e a única “porta fechada” para a próxima foi a dimensão dos cortes, que não deve superar o atual:
“Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário”.
Com tais sinais, a Selic aos 2,25% ao ano estão praticamente dados.
A outra polêmica agora gira em torno do câmbio. A falta de força na economia, o desemprego, as paralisações e consequente queda na demanda têm efeito nítido na abertura de hiato do produto, reduzindo a possibilidade de repasse cambial da alta do dólar.
Mais ou menos.
O achatamento de margem, em termos temporais, já ultrapassou o que se pode considerar sustentável em diversos setores e mesmo com a demanda reprimida, a pressão de custos, como observada nas medidas ao atacado mais recentes são constantes e tendem a piorar muito com a desvalorização constante e contínua do real frente ao dólar.
Somos uma economia relativamente fechada, porém com uma indústria fortemente baseada em matéria prima e intermediária importada em diversos setores, além disso, o já real “empinamento” da curva de juros futuros é inevitável, dados os desafios fiscais da pandemia, piorados em muito com a dificuldade de congelamento de salários de servidores públicos e a gana de gastar de governadores e prefeitos em ano eleitoral.
Estados na maioria sem ajuste fiscal continuarão a usar os recursos para a folha e aposentadorias, sem o real benefício à questão pandêmica.
Por fim, o BC quer estimular a demanda via juros a e destrói via cambio.
No âmbito corporativo, atenção aos resultados no exterior de Bristol-Myers Squibb, Nintendo, AB InBev, Fidelity, Motorola, Telefonica (MC:TEF), ArcelorMittal, AES, e localmente, Banco BMG (SA:BMGB4), Banco do Brasil (SA:BBAS3), Burger King Brasil (SA:BKBR3), Energisa (SA:ENGI4) (ENGI3/ENGI4/ENGI11), Estácio Participações (SA:YDUQ3), Gafisa (SA:GFSA3), JHSF (JHSF3 (SA:JHSF3)), Light (SA:LIGT3), Lojas Americanas (SA:LAME4) (LAME3/LAME4), Lojas Marisa (SA:AMAR3), MRV (MRVE3 (SA:MRVE3)), Natura (SA:NTCO3), Paranapanema (SA:PMAM3), Portobello (SA:PTBL3), Qualicorp (SA:QUAL3), Sanepar (SA:SAPR11) (SAPR3/SAPR4/SAPR11), São Carlos (SA:SCAR3), Technos (SA:TECN3), Tenda (SA:TEND3), Unicasa (UCAS3 (SA:UCAS3)), Valid (SA:VLID3) e Wiz (WIZS3 (SA:WIZS3)).
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com os as últimas notícias sobre o surto de COVID-19 e os esforços para aliviar as medidas de bloqueio.
Em Ásia-Pacífico, fechamento negativo, mesmo com o crescimento mais forte das exportações da China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas no geral, destaque ao cobre.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com o aumento das compras chinesas da commodity.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -7,24%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,7158 / 2,46 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / -0,028%
Dólar / Yen : ¥ 106,57 / 0,349%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / 0,065%
Dólar Fut. (1 m) : 5688,96 / 1,85 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,53 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,66 % aa (-1,27%)
DI - Janeiro 25: 6,40 % aa (-1,39%)
DI - Janeiro 27: 7,35 % aa (-1,34%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5123% / 79.064 pontos
Dow Jones: -0,9147% / 23.665 pontos
Nasdaq: 0,5139% / 8.854 pontos
Nikkei: 0,28% / 19.675 pontos
Hang Seng: -0,65% / 23.981 pontos
ASX 200: -0,38% / 5.364 pontos
ABERTURA
DAX: 0,848% / 10696,18 pontos
CAC 40: 0,752% / 4466,72 pontos
FTSE: 0,661% / 5892,38 pontos
Ibov. Fut.: -0,52% / 79219,00 pontos
S&P Fut.: 1,249% / 2875,10 pontos
Nasdaq Fut.: 1,581% / 9082,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,40% / 62,32 ptos
Petróleo WTI: 6,21% / $26,07
Petróleo Brent: 4,51% / $31,62
Ouro: 0,42% / $1.693,90
Minério de Ferro: 0,28% / $83,29
Soja: 0,57% / $835,25
Milho: 0,48% / $313,25 $313,25
Café: 0,46% / $109,35
Açúcar: 1,46% / $10,45
· Banco BMG (BMGB4), Banco do Brasil (BBAS3), Burger King Brasil (BKBR3), Energisa (ENGI3 (SA:ENGI3)/ENGI4/ENGI11), Estácio Participações (YDUQ3), Gafisa (GFSA3), JHSF (JHSF3), Light (LIGT3), Lojas Americanas (LAME3 (SA:LAME3)/LAME4), Lojas Marisa (AMAR3), MRV (MRVE3), Natura (NTCO3), Paranapanema (PMAM3), Portobello (PTBL3), Qualicorp (QUAL3), Sanepar (SAPR3 (SA:SAPR3)/SAPR4/SAPR11), São Carlos (SCAR3), Technos (TECN3), Tenda (TEND3), Unicasa (UCAS3), Valid (VLID3) e Wiz (WIZS3)