Um mar vermelho tomou conta de Wall Street no encerramento da semana, com o IPC dos EUA aumentando mais rápido do que o esperado em maio, o que acirrou o debate em relação à intensidade com que o Federal Reserve elevará suas taxas de juros para tentar frear a inflação.
O Índice de Preços ao Consumidor veio acima das previsões, com uma alta de 8,6% ano a ano. Esse é o valor mais alto para a métrica de dezembro de 1981.
Além da inflação bastante aquecida, os investidores estão ficando mais preocupados com o estado da economia global. Tanto o Banco Mundial quanto o Fed reduziram recentemente suas expectativas para a economia.
Uma pesquisa recente da Allianz (ETR:ALVG) mostra que 43% dos americanos estão com certo receio de investir em Wall Street neste momento, enquanto cerca de 60% querem proteger suas carteiras. Em momentos de extrema volatilidade, as chamadas ações “blue chips”, pertencentes a empresas com megacapitalizações de mercado e sólido desempenho financeiro no longo prazo, estão ganhando bastante atenção.
As empresas blue chips geralmente entregam bons retornos ao longo do tempo e aumentam suas distribuições de dividendos. A maioria também é líder em seus respectivos setores, registram um crescimento consistente de fluxo de caixa e possuem ampla vantagem competitiva.
Os investidores costumam vender por último suas ações de blue chips. Assim, elas também são consideradas pilares na maioria das carteiras.
Diante disso, apresentamos dois fundos negociados em bolsa (ETFs) que podem interessar a leitores que buscam se beneficiar dos movimentos de alta de empresas líderes no segundo semestre do ano.
1. SPDR® Dow Jones Industrial Average ETF Trust
- Preço atual (USD): 314,37
- Média de 52 semanas: 306,28 - 369,50
- Retorno do dividendo (Yield): 1,89%
- Taxa de administração: 0,16% por ano
O primeiro fundo da nossa lista de hoje é o SPDR® Dow Average Industrial Average ETF Trust (NYSE:DIA), que investe em 30 empresas “blue chips” de Wall Street. O fundo começou a ser negociado em janeiro de 1998 e possui um patrimônio de US$ 28,05 bilhões. Em outras palavras, é um dos mais antigos e importantes ETFs de Wall Street.
O DIA rastreia o índice Dow Jones (DJIA), criado em 1896 por Charles Dow. Assim, é o mais antigo e contínuo referencial de saúde das ações dos EUA e é amplamente seguido por investidores dentro e fora do país.
No momento, as empresas de tecnologia da informação (TI) e saúde têm maior participação, com mais de 20% cada. Em seguida vêm serviços financeiros (15,56%), indústria (14,16%) e bens de consumo discricionários (13,49%).
O DJIA é um índice ponderado pelos preços. Dessa forma, as ações mais caras têm um peso maior no valor. Compreensivelmente, à medida que os preços das ações mudam, seu peso no índice também pode variar.
As 10 principais ações compreendem mais da metade do portfólio. Entre os destaques da carteira estão: United Health Group (NYSE:UNH), Goldman Sachs (SA:GSGI34) (NYSE:NYSE:GS), Home Depot (SA:HOME34) (NYSE:HD), Microsoft (SA:MSFT34) (NASDAQ:NASDAQ:MSFT), McDonald’s (SA:MCDC34)(NYSE:MCD) e Amgen (SA:AMGN34)(NASDAQ:AMGN). Em 5 de janeiro, o DIA tocou sua máxima recorde. No entanto, acumula queda de mais de 13,5% no ano e atingiu sua mínima plurianual em 20 de maio.
Para fins de comparação, o fundo SPDR® S&P 500 (NYSE:SPY), que rastreia o índice S&P 500, já se desvalorizou quase 18% desde janeiro.
Os múltiplos de preço-lucro (P/L) e preço-livro (valor patrimonial) são de 16,46x e 3,65x. Em razão da aversão ao risco em Wall Street neste momento, o ETF pode registrar novas mínimas nas próximas semanas. No entanto, para investidores de longo prazo, as correções podem representar ótimas oportunidades para investir no DIA.
2. Fidelity® Blue Chip Growth
- Preço atual (USD): 23,09
- Média de 52 semanas: 22,18- 36,73
- Taxa de administração: 0,59% por ano
Nosso segundo fundo é o Fidelity® Blue Chip Growth (NYSE:FBCG). Ele investe em cerca de 250 empresas. Pelo menos 80% das participações do fundo estão alocadas em blue chips.
O FBCG é um fundo de gestão ativa não transparente que foi listado em junho de 2020. Ao contrário da maioria dos outros ETFs, os fundos não transparentes não precisam informar suas participações diariamente.
De acordo com seu balanço do 1º tri, ao final de março, mais de 55% da sua carteira estava concentrada nas 10 principais posições. Além disso, as 50 maiores empresas representavam mais de 80% do fundo. Assim, o FBCG é bastante concentrado no topo.
Em termos de alocações setoriais, temos TI (40,38%), consumo discricionário (27,98%), serviços de comunicação (14,18%), saúde (6,22%) e indústria (5,56%).
No último trimestre, a Apple (SA:AAPL34)(NASDAQ:NASDAQ:AAPL) tinha a maior parcela de participação, com 11,27%. Em seguida vinham Microsoft (NASDAQ:MSFT), Amazon (SA:AMZO34) (NASDAQ::AMZN), Alphabet Classe A (SA:GOGL34) (NASDAQ:GOOGL), Nvidia (SA:NVDC34) (NASDAQ:NVDA) e Tesla (SA:TSLA34)(NASDAQ:NASDAQ:TSLA). Até agora em 2022, o FBCG já perdeu um terço do seu valor. Em outras palavras, o estresse do mercado gerou grandes recuos nos nomes de alto crescimento mantidos pelo fundo. Ainda assim, os leitores que esperam que essas blue chips em breve comecem a liderar a alta do mercado podem considerar investir em torno dos níveis atuais.