Os parâmetros continuam os mesmos e igualmente frágeis para sustentar o ritmo do mercado global, devido à enxurrada de liquidez que continua a adentrar a economia global.
Ontem, dados conflitantes nos EUA deram um início irregular aos mercados, com o PIB em queda, pedidos de auxílio desemprego levemente acima das projeções e pedidos de bens duráveis fortemente acima do projetado, com sinal de intensa recuperação.
Neste contexto, a expectativa se dividia entre a possibilidade de estímulos adicionais por parte do Fed ou a manutenção do atual contexto, em vista à recuperação de uma série importante de indicadores macroeconômicos desde a reabertura em diversos estados americanos.
Ainda que o aumento do número de casos em diversas localidades possa reacender o temor de novas quarentenas, a resposta veio do FDIC que está afrouxando as restrições da Regra Volcker, permitindo que os bancos façam mais facilmente grandes investimentos em capital de risco.
A Regra de Volcker geralmente proíbe as entidades bancárias de se envolverem em negociações proprietárias e de adquirir ou manter participações societárias, patrocinar ou ter certos relacionamentos com um fundo de hedge ou fundo de private equity.
Ela foi essencial durante a crise de hipotecas para “limpar” o mercado de ativos tóxico, porém dada a elevada liquidez global, ela se tornou um forte entrave à uma série de negócios, o que levou ao seu afrouxamento.
Eis a razão pelo ânimo nos negócios.
Isso tudo porém, não exime de um cenário ainda preocupante para os negócios, pois o teste anual de estresse do Fed para os principais bancos mostrou que alguns deldes podem chegar perto dos níveis mínimos de capital em cenários relacionados à pandemia de coronavírus.
Com isso, tais bancos devem suspender os programas de recompra de ações e manter o pagamento de dividendos nos níveis atuais no terceiro trimestre.
Eis a prova de como a liquidez tem atuado nos mercados, ao invés de gerar ganhos concretos na economia real.
Localmente, ainda que grande parte do mercado tenha se surpreendido com o IPCA-15 positivo (Infinity: 0,04%; Real: 0,02%), o que levou a uma série grande de revisões do índice fechado do mês em diversas casas, a realidade é que a inflação tem ganho força recentemente por uma série de fatores, entre eles o dólar e o BC não consegue mais desprezar tal fato.
A instabilidade da divisa pode cobrar um preço mais alto do que a inflação, em vista ao seu impacto na cadeia produtiva local, em especial do setor exportador. Este é um ponto de atenção importante agora ao Banco Central, com o possível fim do ciclo de afrouxamento monetário.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o teste de estresse de bancos americanos com resultado preocupante.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, apesar do temor do aumento de casos de COVID-19.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abriu em alta em Londres e em Nova York, na expectativa pelo aumento da demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,03%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3624 / 0,30 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,080%
Dólar / Yen : ¥ 106,92 / -0,271%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,177%
Dólar Fut. (1 m) : 5334,64 / 0,26 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 2,97 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,08 % aa (-3,32%)
DI - Janeiro 25: 5,75 % aa (-3,20%)
DI - Janeiro 27: 6,75 % aa (-2,60%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,7014% / 95.983 pontos
Dow Jones: 1,1776% / 25.746 pontos
Nasdaq: 1,0883% / 10.017 pontos
Nikkei: 1,13% / 22.512 pontos
Hang Seng: -0,93% / 24.550 pontos
ASX 200: 1,49% / 5.904 pontos
ABERTURA
DAX: 0,993% / 12298,76 pontos
CAC 40: 1,593% / 4996,92 pontos
FTSE: 1,647% / 6248,37 pontos
Ibov. Fut.: 1,84% / 96171,00 pontos
S&P Fut.: 0,712% / 3070,70 pontos
Nasdaq Fut.: 0,047% / 10093,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,27% / 63,62 ptos
Petróleo WTI: 1,06% / $38,96
Petróleo Brent: 1,29% / $41,44
Ouro: -0,02% / $1.763,11
Minério de Ferro: -0,04% / $103,08
Soja: 0,14% / $869,00
Milho: 0,55% / $318,75 $318,75
Café: 0,79% / $95,60
Açúcar: -0,51% / $11,74