Cresce a ânsia da classe política em reeditar o bode expiatório na figura do Banco Central, especialmente após criar impostos sobre a exportação de petróleo cru para compensar a reoneração dos impostos na gasolina a 75% da dimensão anterior.
Neste momento, a sensação que se passa é que o governo continua sem planos econômicos criveis, ou ao menos que não gerassem reações negativas dos investidores, será frustrado por um crescimento inferior ao observado no ano anterior, com inflação ainda elevada, mas como ainda “não saiu do palanque”, parte para o ataque e a busca de culpados pelo que poderá ser um “primeiro ano ruim”.
O isolamento do congresso nas decisões sobre a âncora fiscal, reforma tributária, entre outros temas já começa a criar desconfortos, especialmente entre deputados, que ainda não estão nas contas dos analistas, mas que podem surgir em breve.
Até mesmo o fato de perdemos tempo discutindo os efeitos destes eventos políticos no mercado e não a economia mostra a deficiência do rumo que se tem tomado no Brasil nestes primeiros meses de novo mandato.
Ontem, o PIB brasileiro de 2022 registrou crescimento de 2,9% no acumulado (Infinity: 2,83%), com -0,2% no trimestre (Infinity: -0,3%) e 1,9% aa (Infinity: 2,18%) e o número negativo trimestral, amplamente esperado pelos analistas foi mais um ponto de cobrança do governo ao Banco Central, temendo que possa se repetir.
Faltou relembrar que tal discussão remete ao governo Dilma e às interferências na instituição, que acabaram por levar os juros a níveis superiores aos atuais, após uma queda artificial, “encomendada” pela presidente na época.
Portanto, ainda que Campos Neto se rendesse ao populismo econômico do governo, coisa que não o fez, mesmo estando em ano de eleições em 2022, o resultado é claro para algo que já foi testado e notadamente, dará errado.
No exterior, a inflação ao atacado na Alemanha registrou índice negativo de -2,8%, muito abaixo das projeções de -0,4%, mas foi causada pela queda de 7,5% em fevereiro do custo de energia, sendo que o restante dos itens continua em forte alta, especialmente bens não duráveis.
A política alemã de energia tem oscilado bastante, porém mantém o foco no atacado, de forma a tentar criar uma transferência negativa de preços ao varejo, algo que falhou, se observarmos os últimos CPI na Alemanha e na Europa.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após uma leitura dispersa dos últimos discursos de membros do Federal Reserve.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, após altas consistentes nos PMIs do Japão e da China, este agora na medida privada Caixin.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro e paládio.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, nos temores de uma possível elevação mais forte de juros na Europa.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,20%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2108 / 0,58 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,151%
Dólar / Yen : ¥ 136,24 / -0,395%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / 0,402%
Dólar Fut. (1 m) : 5230,02 / 0,02 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,35 % aa (0,18%)
DI - Janeiro 25: 12,80 % aa (0,99%)
DI - Janeiro 26: 12,97 % aa (1,20%)
DI - Janeiro 27: 13,18 % aa (1,18%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,0146% / 103.326 pontos
Dow Jones: 1,0463% / 33.004 pontos
Nasdaq: 0,7338% / 11.463 pontos
Nikkei: 1,56% / 27.927 pontos
Hang Seng: 0,68% / 20.568 pontos
ASX 200: 0,39% / 7.284 pontos
ABERTURA
DAX: 0,930% / 15470,23 pontos
CAC 40: 0,639% / 7330,77 pontos
FTSE: 0,241% / 7963,19 pontos
Ibov. Fut.: -1,14% / 104578,00 pontos
S&P Fut.: 0,22% / 3993,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,257% / 12094,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,24% / 107,19 ptos
Petróleo WTI: -0,29% / $77,93
Petróleo Brent: -0,35% / $84,45
Ouro: 0,55% / $1.845,86
Minério de Ferro: -0,77% / $125,40
Soja: 0,15% / $1.522,00
Milho: 0,43% / $640,50
Café: -1,44% / $181,30
Açúcar: 1,08% / $20,53