Alta de opções 0DTE está aumentando a volatilidade em Wall Street?

A semana foi positiva para os mercados acionários da Europa, EUA e Ásia. O S&P 500 disparou e encerrou uma sequência de três semanas de perdas. O Nasdaq teve o seu melhor dia desde o início de fevereiro.

O ponto de virada veio na quinta-feira, quando Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, disse que o banco central poderia interromper suas elevações de juros em meados do ano.

Muitos fatores ou elementos contribuem para aumentar a volatilidade dos mercados financeiros. A extensão ou a intensidade da volatilidade dependem de quantos elementos estão presentes e a força da sua interação.

Mas hoje eu gostaria de falar sobre um elemento que está sendo muito discutido em Wall Street em termos de impacto na volatilidade do mercado. Estamos falando das opções de 0DTE.

Esses contratos têm a peculiaridade de expirar todos os dias úteis, de segunda a sexta-feira. Daí o nome 0DTE (0 dias de expiração).

O mecanismo usual é abrir uma operação no início da sessão e deixá-la aberta por “x” período de tempo, fechando-a ao final da sessão.

Embora seja um instrumento utilizado por investidores institucionais em sua maioria, esse investimento também está se tornando bastante popular entre os traders de varejo. Tanto a demanda quanto o interesse não param de crescer, o que explica o aumento de volume dessas opções.

Uma das suas atrações é seu preço barato. Os contratos com menos tempo de maturidade tendem a ter o menor valor. Isso faz com que seja uma forma barata de apostar na volatilidade do ativo-objeto no curto prazo

Há um debate acalorado em Wall Street sobre se esses tipos de opções podem influenciar ou, de fato, já influenciam a volatilidade do mercado.

Até agora no ano, o S&P 500 teve 11 dias em que subiu 1% ou mais e oito dias em que caiu 1% ou mais, um total de 19 dias de 42. Em outras palavras, 45% de todas as sessões de 2023 viram o S&P 500 se mover 1% para cima ou para baixo. É muita coisa.

Mas, vamos voltar ao número de sessões com declínio de 1% ou mais. Estamos agora na oitava. No ano passado, houve 63 sessões, a maior volatilidade negativa desde 2008, quando houve 75 sessões.

Com esta previsão estaríamos a falar de 48-50 sessões este ano, o que significaria ultrapassar 80 anos, ou seja, nos últimos 95 anos, só vimos algo semelhante 15 vezes.

As compras ideais

Fevereiro é historicamente um mês ruim para os mercados acionários, com uma média de queda de 0,05% para o S&P 500 desde 1950, segundo pior mês do ano, após setembro, com 0,47% de queda. Desta vez, o mês de fevereiro acabou sendo pior do que a média histórica, com um declínio de 2,4%.

Mesmo assim, algumas empresas se saíram muito bem, como a Nvidia (NASDAQ:NVDA), com um avanço de +20%, e a Tesla (NASDAQ:TSLA), como números similares. Se pudéssemos voltar no tempo, teríamos considerado uma compra de Warner Bros. Discovery (NASDAQ:WBD) em janeiro, que teve uma alta de 56,3%, e Catalent (NYSE:CTLT) em fevereiro, que subiu 25,6%.

Sentimento dos investidores (AAII)

O sentimento de alta nas ações nos próximos seis meses subiu 1,8%, para 23,4%. Ainda assim, continua abaixo da média histórica de 37,5%.

O sentimento de baixa para os próximos seis meses aumentou 6,2%, para 44,8%, maior patamar desde 29 de dezembro (47,6%). Ainda assim, segue acima da média histórica de 31%.

Mercados

Uma semana positiva para todos os mercados, com o IBEX 35 subindo 2,85%, o DAX 2,42%, o FTSE 100 0,87%, o Nikkei 1,73%, o Shanghai Shenzhen CSI 300 1,71%, o Euro Stoxx 50 2,78%, o CAC 40 2,24%, o FTSE MIB 3,11%, o Nasdaq 2,58%, o S&P 500 1,90% e o Dow Jones Industrial 1,75%.

Os rankings acumulados no ano das principais bolsas europeias e americanas são os seguintes:

• Mib italiano +17,67%.
• Ibex espanhol +14,86%.
• Cac francês +13,61%.
• Euro Stoxx 50 +13,3%.
• Dax alemão +11,88%.
• Nasdaq +11,68%.
• Nikkei +8,21%.
• CSI chinês 300 +6,14%.
• FTSE britânico +6,06%
• S&P 500 +5,37%
• Dow Jones +0,73%

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Aviso:O autor não possui atualmente qualquer posição nos ativos mencionados.