Bom dia,
Ontem o Ibovespa caiu forte, chegando aos 85.914 pontos, com uma queda de 2,5%. O giro financeiro foi de R$ 12,6 bilhões. Há motivos internos e externos para essa queda mais acentuada. Internamente, a briga entre membros do PSL, que é o partido de Bolsonaro, preocupa o mercado, pois o futuro Presidente precisará ter uma base aliada bastante coesa para conseguir as aprovações necessárias para as reformas que o Brasil precisa.
Agora externamente que preocupa mais, a primeira preocupação é a desaceleração global, que pode ser desencadeada por uma série de fatores, como a guerra comercial entre China e Estados Unidos, a crise fiscal na Itália, estado de urgência econômica e fiscal na França, adiamento da votação do acordo do Brexit no Parlamento britânico e até a renúncia do Presidente do Banco Central da Índia, esses eventos serão monitorados de perto pelo mercado.
O destaque positivo de ontem, foram as ações da Embraer(SA:SA:EMBR3) que subiram 2% após a AGU(Advocacia-Geral da União) pedir a suspensão da liminar que impedia o conselho de administração da Embraer de seguir com a fusão com a Boeing.
Já no campo negativo, as ações da Petrobrás sofreram bastante, com a ON(PETR3 (SA:SA:PETR3)) caindo 4,96%, e a PN(PETR4 (SA:SA:PETR4)) 5,37%. Essa queda foi desencadeada pela queda do preço do petróleo e pela cessão onerosa que vai ficar para 2019.
Outra gigante que sofreu foi a Vale(VALE3 (SA:SA:VALE3)), com as suas ações caindo 2,13%, sentindo o impacto das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que está prejudicando o comércio da gigante asiática, vale lembrar que tanto as exportações quanto as importações subiram bem abaixo do esperado em novembro.
Indo para o dólar, a moeda voltou a subir pelo 5º dia consecutivo, chegando aos R$ 3,92, com uma alta de 0,69%, porém o Banco Central irá fazer dois leilões de linha hoje, no valor total de US$ 1 bilhão, o que deve ajudar a diminuir a pressão da moeda, que corre o risco de voltar para os R$ 4,00. Já o Euro subiu 0,79%, fechando em R$ 4,48.
Os DI’s se comportaram novamente de forma mista, com os DIs mais curtos caindo, já que amanhã o COPOM deve manter a taxa Selic em 6,5%, e deve manter assim por um tempo maior, com isso o DI jan/2020, caiu de 6,79% para 6,77%. Nas pontas longas, os DIs voltaram a subir com o cenário externo. O DI jan/2025 subiu de 9,69% para 9,84%.
Na agenda hoje, teremos o início da reunião do COPOM e a divulgação do IPC FIPE-Semanal.
Indo para os Estados Unidos, o dia parecia ser um daqueles bem pessimistas, com as 3 bolsas caindo acima de 1%, porém o cenário foi se revertendo e as bolsas fecharam positivas, com o Dow Jones saindo de 2% negativo para 0,14% de alta, o S&P 500 saindo de 1,80% negativo para alta de 0,18%, enquanto a Nasdaq que chegou a cair 1,20%, reverteu a queda e fechou com alta de 0,74%. Essa alta no final, foi puxado pelas empresas do setor de tecnologia, como as ações da Apple(NASDAQ:NASDAQ:AAPL), que subiram 1,11%, Facebook(NASDAQ:NASDAQ:FB) subindo 3,22% e Twitte(TWTR) subindo 1,83%.
Os bancos começaram a rever os relatórios que apontavam quatro altas de juros para 2019, o Deutsche Bank e o Goldman Sachs reduziram a projeção para três altas para 2019.
Na agenda norte-americana, hoje teremos os dados do PPI, que é o índice de preços ao produtor, que deve apontar uma deflação e corroborar com a expectativa de menos altas para 2019.
Indo para a Europa, o cenário ficou mais avesso, pois a Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, descartou um segundo plebiscito e ameaçou um “hard Brexit”, que seria uma saída forçada e desordenada da Zona do Euro, isso causou preocupações na Europa, que já está sofrendo com a crise fiscal italiana e com as tensões políticas e econômicas na França.
Apesar desse cenário, as bolsas parecem estar se recuperando das altas baixas de ontem, já que abriram hoje no positivo, com destaque para o CAC-40, da bolsa de Paris, que abriu subindo 0,79%.
Já na Ásia, o Índice Shangai fechou com alta de 0,37% e o Índice Nikkei 225, fechou com baixa de 0,34%.
E finalizando, o petróleo voltou a cair pela expectativa de menor demanda pela commoditie em 2019, com isso o WTI caiu 3,06% e o Brent caiu 2,75%. Ótima terça e bons negócios!