Após o evento político do dia anterior, o mercado financeiro ontem ‘virou’ em cima de um sinal relativamente simples da Câmara e finalmente sua concretização mais tarde: a aprovação da PEC Emergencial sem as desidratações propostas pela oposição e pelo presidente Bolsonaro.
Eis que se descortina um outro ponto importante da situação, pois um dos principais elementos de prêmio de risco nas curvas de juros tem sido a questão fiscal/política, mas acima de tudo, o câmbio tem operado com tal prêmio também.
Chegamos ao ponto em que não existe fluxo suficiente de entrada para justificar uma valorização do Real frente ao dólar e ao perdemos uma intensa desvalorização da divisa norte americana de março a dezembro do ano passado, também perdemos a janela de oportunidade.
Ou seja, dadas as características da economia brasileira – fechada, ainda assim, extremamente dependente de produtos importados ou cotados em dólares – o efeito de conforto gerado por um ‘dólar mais baixo’ é reflexo de seus efeitos na inflação.
Por mais que setores exportadores desejem um câmbio eternamente desvalorizado, foram eles os responsáveis pela forte valorização do Real no passado, durante o boom global de commodities, ou seja, só perdeu dinheiro quem perdeu o timing.
Agora, após perdemos a janela de oportunidade de um dólar menos pesado à economia local, dependemos necessariamente da retirada do prêmio de risco que se impõe tanto nas curvas de juros, quanto no Real e isso só pode acontecer se os sinais emitidos pela classe política forem de respeito à coisa fiscal.
Una tal premissa à sinalização de reformas, sentiremos imediatamente os efeitos nos ativos locais e os benefícios de uma agenda pró-Brasil, retirando boa parte do peso do câmbio na inflação, melhorando a condução da política monetária e atraindo novamente importantes classes de investidores.
Atenção hoje à inflação ao varejo nos EUA, o CPI, dadas as diversas discussões dos efeitos dos possíveis pacotes de alívio à Covid-19 nos EUA e na agenda local macro, IGP-M semanal e o destaque micro aos balanços de Alupar (SA:ALUP11), Braskem (SA:BRKM5), Eneva (SA:ENEV3) e EcoRodovias.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, em continuidade ao forte rali de empresas de tecnologia na sessão de ontem.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com ganhos na Austrália, Hong Kong e Tokyo.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre e mais um dia de forte queda no minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, na expectativa pelos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,95%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,8053 / -0,20 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / -0,042%
Dólar / Yen : ¥ 108,71 / 0,212%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,058%
Dólar Fut. (1 m) : 5799,84 / 0,27 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,00 % aa (6,05%)
DI - Janeiro 23: 5,80 % aa (1,58%)
DI - Janeiro 25: 7,38 % aa (1,51%)
DI - Janeiro 27: 8,03 % aa (2,16%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,6500% / 111.331 pontos
Dow Jones: 0,0953% / 31.833 pontos
Nasdaq: 3,6851% / 13.074 pontos
Nikkei: 0,03% / 29.037 pontos
Hang Seng: 0,47% / 28.908 pontos
ASX 200: -0,84% / 6.714 pontos
ABERTURA
DAX: 0,376% / 14492,28 pontos
CAC 40: 0,541% / 5957,04 pontos
FTSE: -0,133% / 6721,36 pontos
Ibov. Fut.: 0,55% / 111268,00 pontos
S&P Fut.: 1,414% / 3873,30 pontos
Nasdaq Fut.: 0,022% / 12811,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,20% / 85,25 ptos
Petróleo WTI: -0,11% / $64,16
Petróleo Brent: 0,01% / $67,35
Ouro: -0,17% / $1.714,83
Minério de Ferro: -5,65% / ¥ $168,43
Soja: -0,64% / $1.433,00
Milho: -0,98% / $556,50
Café: -0,12% / $128,90
Açúcar: 0,44% / $15,96