Ao citar a questão da transparência como ponto fundamental da comunicação, a ata da última reunião do COPOM ontem deixou pouco para a imaginação ao declarar como atua e deve atuar daqui em diante.
Ainda que a mensagem tenha sido nítida, diversos analistas foram bastante imaginativos ao proclamar que o próximo movimento do Banco Central deva ser de elevação de 100 bp, quando o comunicado colocou isso como uma possibilidade condicionada à uma série de eventos relacionados à inflação.
Ao efetuarmos coletas de preços offset, ou seja, fora do espectro temporal das medidas tradicionais, observamos que o atacado começa a se tornar cada vez mais sensível à questão cambial, principalmente com itens agrícolas.
Muitos destes afetam a cesta de consumo ao varejo e o item alimentação, o qual ainda reserva alguma pressão, em vista ao item “fora do lar”, dado que novas restrições de locomoção não ocorreram e o setor sofre com achatamento de margem.
As pressões mais obvias estão conectadas em habitação, dada a crise hídrica e a perspectiva de retomada da atividade econômica com o processo de imunização em andamento e transportes, ainda pressionado pelos reajustes mais recentes de GLP, porém mostram alívio em todos os outros combustíveis.
Os desafios são grandes para a inflação brasileira e a atuação do Banco Central, cada vez mais nítida (sim! A transparência é importante), todavia, os sinais começam a ganhar corpo de uma inflação menos intensa para os próximos meses, com os óbvios condicionantes acima.
Esta desinflação de diversos itens mantém nossa projeção inalterada até o fim do ano em 5,7% e ao mesmo tempo, mantivemos nossa projeção da Selic para 6,5% após a decisão da semana passada, pois de lá para ontem, nada mudou substancialmente entre o comunicado e ata, somente o item transparência foi destacado.
Portanto, mantemos uma postura cautelosa quanto ao rumo dos juros no Brasil, sem o temor dos exageros de um FOMO (fear of missing out — o “medo de estar perdendo a janela de oportunidade”) e desta postura de manada de grande parte dos analistas.
Na agenda de hoje, PMIs nos EUA e Europa e conta corrente nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com PMIs mais fortes na Europa e recordes nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com Hang Seng próxima a 2%.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com a queda inesperada dos estoques nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,32%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,9586 / -1,12 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / -0,008%
Dólar / Yen : ¥ 111,01 / 0,271%
Libra / Dólar : US$ 1,40 / 0,043%
Dólar Fut. (1 m) : 4989,00 / -0,72 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 6,74 % aa (1,74%)
DI - Janeiro 23: 7,27 % aa (2,25%)
DI - Janeiro 25: 8,23 % aa (0,49%)
DI - Janeiro 27: 8,67 % aa (0,35%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,3849% / 128.768 pontos
Dow Jones: 0,2025% / 33.946 pontos
Nasdaq: 0,7905% / 14.253 pontos
Nikkei: -0,03% / 28.875 pontos
Hang Seng: 1,79% / 28.817 pontos
ASX 200: -0,60% / 7.298 pontos
ABERTURA
DAX: -0,404% / 15573,23 pontos
CAC 40: -0,400% / 6585,09 pontos
FTSE: 0,121% / 7098,60 pontos
Ibov. Fut.: -0,34% / 129497,00 pontos
S&P Fut.: 0,532% / 4236,20 pontos
Nasdaq Fut.: 0,058% / 14268,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,53% / 92,01 ptos
Petróleo WTI: 0,89% / $73,27
Petróleo Brent: 1,03% / $75,44
Ouro: 0,21% / $1.782,80
Minério de Ferro: 0,63% / $213,45
Soja: 0,59% / $1.402,25
Milho: 0,57% / $663,75
Café: 0,60% / $152,20
Açúcar: 1,10% / $16,64