Com poucas exceções como em educação e comunicação, o IPCA de ontem registrou alta muito próxima de nossa projeção, em especial nos 3 itens mais sensíveis como alimentação, habitação e transportes.
Para o Banco Central, o discurso de inflação temporário obviamente perdeu força, dado o tempo em que as pressões continuam ativas e sem perspectivas previsíveis de arrefecimento.
Neste cenário, o problema hídrico afeta tanto habitação, pela elevação do custo de energia elétrica, quanto alimentação, em especial culturas frescas e tubérculos, enquanto transportes continuam a pesar a alta constante do petróleo no mercado internacional.
Assim, a inflação vigente tem pouco controle da política monetária de aperto, pois as externalidades que influenciam tais pressões fogem completamente do controle de qualquer entidade governamental.
É fato que as recentes elevações de juros tiveram papel fundamental na redução da pressão cambial, em especial da volatilidade do dólar contra o Real e isso atenuou diversas pressões de preços, em especial as de commodities.
Este é o ponto em que o BC pode se concentrar ao manter o aperto monetário, em equilíbrio com a normalização, não se sabe se parcial ou não, dos juros e eis o ajuste fino necessário à autoridade monetária.
Se exagerar a dose agora, com uma inflação de demanda ainda reprimida pelo desemprego em alta, o BC pode reverter o caráter estimulativo da taxa e aí sim, por a perder parte dos ganhos dos juros baixos.
No contexto de preços, hoje o foco se volta ao IPC, inflação ao varejo nos EUA, onde o derrame intenso de dólares na economia tem levado à uma pressão de preços considerável, alimentada também por generosos programas de auxílio desemprego, os quais tem elevado o custo de mão de obra.
A incoerência da manutenção de tais programas com um processo acelerado de vacinas tem gerado graves problemas em diversos estados e cidades americanos, em especial com a proximidade do verão e o aumento da demanda por mão de obra em diversos setores, mais notadamente de serviços.
Ainda assim, o presidente Joe Biden insiste na possível criação de uma espécie de renda mínima universal e um plano pesado de infraestrutura, que conta com aumento de impostos, os quais não serão aprovados por republicanos e por parte dos democratas.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelo CPI nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, enquanto os investidores aguardavam a próxima divulgação dos dados de inflação dos EUA para maio.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto o minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com o início do verão nos EUA elevando a demanda por combustível.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,95%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0629 / 0,56 %
Euro / Dólar : US$ 1,22 / -0,123%
Dólar / Yen : ¥ 109,51 / -0,110%
Libra / Dólar : US$ 1,41 / -0,142%
Dólar Fut. (1 m) : 5074,98 / 0,50 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 6,22 % aa (1,97%)
DI - Janeiro 23: 6,82 % aa (1,41%)
DI - Janeiro 25: 7,84 % aa (1,03%)
DI - Janeiro 27: 8,33 % aa (0,36%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0922% / 129.907 pontos
Dow Jones: -0,4413% / 34.447 pontos
Nasdaq: -0,0945% / 13.912 pontos
Nikkei: 0,34% / 28.959 pontos
Hang Seng: -0,01% / 28.739 pontos
ASX 200: 0,44% / 7.303 pontos
ABERTURA
DAX: 0,196% / 15611,70 pontos
CAC 40: -0,059% / 6559,57 pontos
FTSE: 0,316% / 7103,39 pontos
Ibov. Fut.: 0,12% / 129973,00 pontos
S&P Fut.: 0,066% / 4221,40 pontos
Nasdaq Fut.: -0,273% / 13782,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,12% / 94,69 ptos
Petróleo WTI: 0,06% / $70,03
Petróleo Brent: 0,08% / $72,29
Ouro: -0,42% / $1.880,79
Minério de Ferro: 0,88% / $210,19
Soja: 0,46% / $1.572,00
Milho: 0,76% / $696,50
Café: 0,25% / $157,45
Açúcar: -0,39% / $17,71