No geral, os ativos no Brasil responderam aos movimentos do mercado internacional desde a abertura, com exceção do mercado de juros futuros, pressionados pelo aumento dos preços dos combustíveis pela Petrobras (SA:PETR4), conforme anunciado ontem.
Alimentávamos a possiblidade de ocorrência do aumento em algum momento do ano, porém, em meio à volatilidade de preços do petróleo e as incertezas quanto ao rumo da guerra no leste europeu, acreditávamos que não ocorreria já no curto prazo, como foi com a alta de 18,7% na gasolina e 24,9% no diesel.
Neste sentido, o impacto que programávamos para junho foi adiantado para março e em um volume consideravelmente maior, elevando em ao menos 70 bp a medida do IPCA neste ano, superando assim o topo da meta determinada pelo CMN.
Na próxima semana teremos a “super quarta”, com as decisões de juros do COPOM e FOMC, além de decisões na semana do BoE e do BoJ e certamente, commodities e a guerra serão o tema central das discussões das autoridades monetárias.
Para o COPOM, com processo francamente adiantado de elevação de juros em zona contracionista, o desafio será equilibrar um discurso que alinhe a cautela pelo que já foi feito em termos de aperto monetário e as expectativas do mercado para os próximos movimentos.
Com isso, o ideal é a manutenção daquilo praticamente dado como certo na reunião anterior, ou seja, elevação de 100 bp e buscar sinalizar no discurso os rumos da política contracionista, a qual pode ter seu potencial redobrado, caso se renda às demandas, ou mesmo, exigências da curva de juros futuros.
As taxas atuais já operam contra setores como automotivo, linha branca e imobiliário, este último podendo sofrer com uma série de distratos de compras de imóveis feitas quando as taxas caminhavam para 2% e serão entregues agora.
Além disso, incrementa ainda mais a inadimplência, em meio ao uso de cheque especial e rotativos, dado o peso que a inflação trouxe na redução da renda, portanto, o equilíbrio daquilo que pode ser extremamente danoso à economia brasileira é muito tênue.
O IPCA de hoje é importante, porém é o passado de um futuro ainda incerto, que do Banco Central, demanda muita cautela para não minar.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com alívio e ainda a volatilidade das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, seguindo os fechamentos no ocidente.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com queda no minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com as tensões da questão russo-ucraniana e após a forte queda na segunda metade da sessão de ontem.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,99%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0189 / 0,14 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,137%
Dólar / Yen : ¥ 116,83 / 0,706%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / -0,107%
Dólar Fut. (1 m) : 5048,19 / 0,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,03 % aa (-0,11%)
DI - Janeiro 24: 12,80 % aa (1,59%)
DI - Janeiro 26: 12,13 % aa (1,08%)
DI - Janeiro 27: 12,15 % aa (0,91%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,2083% / 113.663 pontos
Dow Jones: -0,3370% / 33.174 pontos
Nasdaq: -0,9475% / 13.130 pontos
Nikkei: -2,05% / 25.163 pontos
Hang Seng: -1,61% / 20.554 pontos
ASX 200: -0,94% / 7.064 pontos
ABERTURA
DAX: 1,561% / 13651,86 pontos
CAC 40: 0,905% / 6263,37 pontos
FTSE: 1,042% / 7173,05 pontos
Ibov. Fut.: -0,34% / 114495,00 pontos
S&P Fut.: 0,56% / 4281 pontos
Nasdaq Fut.: 0,409% / 13665,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,84% / 126,18 ptos
Petróleo WTI: 2,57% / $108,74
Petróleo Brent: 2,61% / $112,18
Ouro: -0,38% / $1.992,09
Minério de Ferro: -2,41% / $156,95
Soja: 0,01% / $1.700,25
Milho: 0,20% / $759,25
Café: -2,28% / $225,20
Açúcar: 0,05% / $19,16