Uma semana complicada aos ativos locais, num misto de temores com a política local e possibilidade de rompimento do teto dos gastos, não explicado claramente por Paulo Guedes e eventos internacionais, como a decisão de juros do FOMC com sinal mais dovish.
Guedes indicou ‘por alto’ que pode dar um calote nos precatórios para abrigar no teto dos gastos as demandas de parlamentares e ministérios, além do novo plano de auxílio aos mais vulneráveis, o qual deve ser rebatizado do atual bolsa família para Auxílio Brasil.
Com isso, apesar do custo fiscal, espera-se que o retorno do congresso após o fim do recesso parlamentar seja acompanhado de uma tentativa de avanço nas reformas, em especial após a reforma ministerial, porém esbarra na total impopularidade do plano de Guedes para a reforma tributária.
No restante, a agenda macroeconômica e corporativa é repleta de indicadores relevantes no Brasil e no exterior, especialmente com a decisão de juros por parte do COPOM e a influência da forte inflação recente de bens de consumo, especialmente àqueles ligados às commodities.
Para o BC, a decisão está longe de ser fácil, dadas as características atuais da inflação, onde o impacto dos preços não está ligado à demanda por bens e serviços e sim, por choques globais de oferta, questões climáticas e volatilidade cambial constante.
O alívio até recentemente do câmbio trouxe impactos importantes, em especial nas inflações ao atacado, porém as características da inflação brasileira geram peso especialmente em dois setores muito afetados pela variação global de preços (commodities e transportes) e questões climáticas (alimentos e habitação).
Como o mercado já exige nas suas curvas de juros um aumento de 100 bp, o qual não terá efeito concreto na redução da inflação, será difícil ao BC manter o correto ritmo de 75 bp iniciado de forma atrasada neste ano e uma puxada nos juros pode afetar setores que até agora tem desempenhado positivamente, como construção civil e indústria automotiva.
Do restante, a semana ainda reserva dados do mercado de trabalho nos EUA, de suma importância no momento em que existem problemas de falta de mão de obra, adicionando pressão à inflação e aqui, produção industrial e balança comercial.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, acompanhando sentimento global positivo.
Em Ásia-Pacífico, mercados em alta, apesar dos dados mostraram que o crescimento da atividade manufatureira chinesa mais fraco em julho.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, queda no minério de ferro e ouro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, devido a preocupações com a economia chinesa e maior produção de petróleo.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,49%.
Câmbio
Dólarà vista : R$ 5,2115 / 2,57 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,219%
Dólar / Yen : ¥ 109,57 / -0,164%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,130%
Dólar Futuro. (1 m) : 5208,81 / 2,32 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 7,37 % aa (1,45%)
DI - Janeiro 23: 7,81 % aa (3,31%)
DI - Janeiro 25: 8,70 % aa (4,07%)
DI - Janeiro 27: 9,04 % aa (3,67%)
Bolsa de valores
Fechamento
Ibovespa: -3,0829% / 121.801 pontos
Dow Jones: -0,4249% / 34.935 pontos
Nasdaq: -0,7144% / 14.673 pontos
Nikkei: 1,82% / 27.781 pontos
Hang Seng: 1,06% / 26.236 pontos
ASX 200: 1,34% / 7.491 pontos
Abertura
DAX: 0,176% / 15571,81 pontos
CAC 40: 0,803% / 6665,83 pontos
FTSE: 0,893% / 7095,06 pontos
Ibovespa Futuros.: -3,12% / 121923,00 pontos
S&P Futuros.: 0,517% / 4412,20 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,550% / 15035,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,16% / 96,12 ptos
Petróleo WTI: -1,60% / $72,83
Petróleo Brent: -1,11% / $74,38
Ouro: -0,21% / $1.808,46
Minério de ferro: -0,54% / $178,97
Soja: -0,48% / $1.408,00
Milho: -0,69% / $543,75
Café: -3,76% / $172,80
Açúcar: 0,17% / $18,04