Ainda que o peso da ausência do referencial das bolsas americanas fosse grande, a surpresa dos indicadores locais muito melhores que o topo das projeções dos analistas acabou por influenciar parte do mercado.
O maior saldo positivo de criação de postos de trabalho observado pelo Caged surpreendeu as projeções mais otimistas do mercado ao registrar 394.989 vagas criadas em outubro e mesmo que seja possível um grau relativamente elevado de subnotificações de dispensas, o resultado provavelmente surpreenderia, mesmo reduzida tal distorção.
Outra surpresa foi no resultado do governo central, com um déficit sensivelmente inferior àquele projetado pelos economistas e também superando o topo das projeções, com déficit de R$ 3,6 bi.
Este cenário para o trimestre vai de encontro com nossa projeção de um crescimento marginal do PIB de 8,89%, jogando a queda de 12 meses para 4% e um acumulado de -3,8%, como premissa ao desempenho positivo observado em diversos setores da economia, incluindo o de serviços.
Isso e as eleições em partes explicam em partes o porquê da relutância de diversos prefeitos e governadores em adotar medidas mais restritivas contra a pandemia, dado o forte efeito econômico que as reaberturas, algumas ainda parciais, trouxeram.
Ainda assim, outro ponto relevante ao se pensar nos efeitos econômicos desta melhora vem na forma de inflação.
Os impactos mais relevantes de curto prazo ainda têm na sua composição os elementos de choque de oferta, seja pelo não fornecimento de matérias-primas importantes da China e outros fornecedores internacionais, como da preferência do exportador em fornecer ao exterior.
Outro ponto é o repasse cambial, dada a insistente pressão do dólar na cadeia produtiva, com sua volatilidade trazendo problemas em diversos setores. Por fim vem o desachatamento de margens, com a ainda breve melhora da economia, ao se observar dados superando todas as expectativas do início da pandemia.
Daí a importância da leitura de dados como o IGP-M de hoje.
LEIA MAIS: IGP-M tem alta de 3,28% em novembro, diz FGV
Com isso, estamos presos numa armadilha de liquidez, pois o governo sabe o impacto econômico positivo dos programas de renda recentemente adotados, com monstruoso custo fiscal e tenta preservá-lo, porém sem fontes criveis de recursos.
Ao mesmo tempo, a necessidade das reformas se mostra cada vez mais premente, ao ponto que poderemos ter que elevar juros no primeiro semestre e piorar a síndrome de ´voo de galinha´ estruturalmente instalada.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com o feriado de ação de graças nos EUA em meio período
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com lucro industrial chinês mais forte.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto prata e platina.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com o aumento dos estoques globais.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,27%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3323 / 0,29 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,059%
Dólar / Yen : ¥ 104,03 / -0,269%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / 0,045%
Dólar Fut. (1 m) : 5316,46 / -0,08 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,24 % aa (-2,75%)
DI - Janeiro 23: 5,01 % aa (-2,53%)
DI - Janeiro 25: 6,82 % aa (-1,59%)
DI - Janeiro 27: 7,60 % aa (-1,04%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0859% / 110.227 pontos
Dow Jones: -0,5783% / 29.872 pontos
Nasdaq: 0,4787% / 12.094 pontos
Nikkei: 0,40% / 26.645 pontos
Hang Seng: 0,28% / 26.895 pontos
ASX 200: -0,53% / 6.601 pontos
ABERTURA
DAX: 0,067% / 13295,53 pontos
CAC 40: 0,264% / 5581,49 pontos
FTSE: -0,716% / 6317,37 pontos
Ibov. Fut.: 0,10% / 110316,00 pontos
S&P Fut.: 0,041% / 3628,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,383% / 12185,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,20% / 74,95 ptos
Petróleo WTI: -1,27% / $45,26
Petróleo Brent: 0,02% / $48,08
Ouro: -0,36% / $1.809,40
Minério de Ferro: 1,46% / ¥ $123,63
Soja: -0,61% / $1.184,00
Milho: -1,35% / $420,00
Café: 1,19% / $119,70
Açúcar: 0,95% / $14,93