A sessão de hoje tem de importante na agenda macroeconômica o IPCA no Brasil, com perspectiva de pressão renovada em relação aos números de janeiro, o que deve dar força à tese de elevação de juros e ao BCE, onde os sinais mais recentes da autoridade monetária não foram necessariamente na linha mais frouxa, inclusive com possível redução do QE.
Todavia, as atenções obviamente se voltam à aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhões nos EUA pela Câmara dos Representantes, o qual deve ir à sanção do presidente Joe Biden na próxima sexta-feira, aprovação que foi acompanhada de um leilão bem-sucedido de US$ 38 bilhões de Treasuries de 10 anos, sem grandes movimentos de volatilidade.
A grande preocupação dos investidores são os sinais emitidos pelas autoridades monetárias de temores quanto à inflação decorrente de um crescimento econômico mais acelerado, impulsionado por um estímulo extraordinário na economia, diferente dos QEs até agora implantados.
Ainda assim, a posição do Federal Reserve e do Tesouro Americano são de que tais repiques inflacionários, os quais têm no choque de oferta um elemento adicional, tem um caráter de curto prazo e não devem desancorar as expectativas de inflação de longo prazo.
Além disso, o Fed persegue há anos uma inflação mais condizente com a meta informal e tende a trabalhar com um cenário mais leniente de curto prazo, principalmente aguardando a possível recuperação econômica, que pode ser impulsionada por mais um pacote em breve.
Mudanças estruturais na economia americana, em especial na variação de preços de bens e serviços tem garantido uma inflação excepcionalmente controlada por anos.
Os mecanismos por traz de tal efeito, o qual garantiu injeções gigantescas de liquidez por mais de uma década sem causar inflação ainda não são totalmente conhecidos dos economistas, porém o que fica claro é que a retirada de estímulos e consequentemente, da liquidez, aponta para uma reação mais gutural do mercado financeiro do que da economia.
Neste contexto, a injeção maciça de dólares na economia global tenderia à inflação, porém, ao contrário do que preconiza parte do mercado, tende a significar também um dólar continuamente fraco em nível global.
Para nós, isso significaria menor inflação, se não fossemos quem somos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, em resposta ao pacote trilionário aprovado nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, após o rali em NY.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro em portos chineses e platina.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, na perspectiva por um cenário econômico mais forte nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,64%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6721 / -2,29 %
Euro / Dólar : US$ 1,20 / 0,268%
Dólar / Yen : ¥ 108,42 / 0,083%
Libra / Dólar : US$ 1,40 / 0,057%
Dólar Fut. (1 m) : 5684,58 / -1,99 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,02 % aa (1,52%)
DI - Janeiro 23: 5,85 % aa (0,78%)
DI - Janeiro 25: 7,42 % aa (0,54%)
DI - Janeiro 27: 8,02 % aa (-0,12%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,2987% / 112.777 pontos
Dow Jones: 1,4585% / 32.297 pontos
Nasdaq: -0,0382% / 13.069 pontos
Nikkei: 0,60% / 29.212 pontos
Hang Seng: 1,65% / 29.386 pontos
ASX 200: 0,00% / 6.714 pontos
ABERTURA
DAX: -0,085% / 14527,84 pontos
CAC 40: 0,190% / 6001,95 pontos
FTSE: 0,056% / 6729,37 pontos
Ibov. Fut.: 1,41% / 112837,00 pontos
S&P Fut.: 0,599% / 3896,50 pontos
Nasdaq Fut.: 1,831% / 12965,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,85% / 86,07 ptos
Petróleo WTI: 1,12% / $65,32
Petróleo Brent: 1,15% / $68,87
Ouro: 0,68% / $1.734,99
Minério de Ferro: 2,51% / ¥ $168,44
Soja: 0,19% / $1.414,25
Milho: 0,50% / $550,50
Café: 0,35% / $131,90
Açúcar: 0,81% / $16,09