Os sinais que todos aguardavam na ata da última reunião do FOMC ontem veio, com um número mais expressivo de membros indicando um aumento de 50 bp nos juros americanos, assim como uma redução de US$ 95 bi ao mês do balanço do Fed.
A reação negativa do mercado pareceu dividida, até porquê, o sinal emitido não foi exatamente claro, considerando que o voto por uma elevação mais expressiva dos juros não é majoritário, ele somente cresceu em relação às perspectivas anteriores e a redução do balanço tem um subentendimento.
Com US$ 95 bi ao mês de redução do Balance Sheet, uma eventual zeragem demandaria 89,5 meses para ser completada com o Market Cap proposto, que é de US$ 35 bi mensais de MBS (Mortgage Backed Securities) e US$ 60 bi de Treasuries mensais.
O balanço atual gira em torno de US$ 8,5 tri, tendo sido adicionados em torno de US$ 4,7 tri somente após a Covid-19 e, portanto, para voltar somente aos níveis pré-pandemia, o processo levaria 40 meses, ou 3 anos e 4 meses no ritmo atual.
O pico do total do balanço, antes da primeira redução entre 2017/19 foi de US$ 4,3 tri em média.
Isto significa que a liquidez continuará elevada, mesmo com a redução do balanço, afinal as dimensões do balanço e da quantidade de moeda em circulação via os atuais meios monetários continuarão absurdamente elevados.
Deste modo, é importante o sinal emitido pelo Federal Reserve, em meio ao atual cenário de disparada da inflação e pressões contínuas no atacado, porém, pode-se julgar que ainda não é totalmente suficiente para que a liquidez deixe de surtir seu efeito na economia.
No fim, apesar destes detalhes, o sinal emitido pelo Fed finalmente é hawkish, diferente daquilo observado nos últimos anos.
Localmente, em termos inflacionários, o anúncio ontem do presidente Bolsonaro sobre a mudança de bandeira da tarifa de energia elétrica adianta em ao menos 15 dias as perspectivas de impacto no índice de habitação nas medidas de preço.
A mudança em termos de projeção anual de inflação é praticamente nula, pois tal evento já estava precificado entre os economistas, somente se altera o espectro temporal.
Ainda assim, a confirmação traz a perspectiva de menores pressões no item habitação além da redução da disparidade do preço da gasolina via câmbio.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, uma ata mais hawkish do Fed.
Em Ásia-Pacífico, mercados em queda, seguindo a realização no ocidente com o Fed.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, queda no minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, mesmo com a medida da IEA de elevação da oferta, vista como um “band-aid para uma ferida aberta”.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,54%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 4,7162 / 1,40 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / -0,009%
Dólar / Yen: ¥ 123,75 / -0,073%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,138%
Dólar Fut. (1 m) : 4736,39 / 1,07 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 12,75 % aa (1,03%)
DI - Janeiro 24: 12,10 % aa (0,83%)
DI - Janeiro 26: 11,25 % aa (1,08%)
DI - Janeiro 27: 11,21 % aa (1,08%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5530% / 118.228 pontos
Dow Jones: -0,4176% / 34.497 pontos
Nasdaq: -2,2201% / 13.889 pontos
Nikkei: -1,69% / 26.889 pontos
Hang Seng: -1,23% / 21.809 pontos
ASX 200: -0,63% / 7.443 pontos
ABERTURA
DAX: 0,553% / 14229,96 pontos
CAC 40: 0,694% / 6543,96 pontos
FTSE: -0,099% / 7580,20 pontos
Ibovespa Futuros.: -0,51% / 118420,00 pontos
S&P 500 Futuros.: 0,26% / 4487,5 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,526% / 14573,75 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,29% / 124,87 ptos
Petróleo WTI: 1,70% / $97,87
Petróleo Brent: 1,23% / $102,31
Ouro: 0,12% / $1.927,34
Minério de ferro: -1,98% / $160,08
Soja: 0,46% / $1.626,75
Milho: -0,17% / $755,00
Café: 0,75% / $229,35
Açúcar: 0,41% / $19,73