O debate presidencial ontem nos EUA demonstra entre diversas coisas, a situação da política em nível global. Ou seja, o absurdo que observamos no Brasil não é exclusividade nossa.
O evento foi caótico, não acrescentou praticamente nada em termos de proposições dos candidatos de modo que os americanos indecisos pudessem tomar uma decisão e inflamou o binarismo que atinge a discussão política no mundo.
Pode se resumir: Trump dominante e rápido e Biden melhor preparado que o esperado.
Dentre os diversos absurdos ditos por Trump na sua retórica de show-man, nada foi especialmente diferente do tradicional, porém Biden se esmerou ao falar do Brasil, citando que quer nos dar US$ 20 bi para que não mexamos na floresta, pois ela captura mais carbono do que os EUA emitem diariamente.
Além o absurdo em termos de soberania e uso de termos falaciosos, a história de “capturar carbono” ou “pulmão do mundo” já foi derrubada há muitos anos, onde se sabe que a Amazônia é neutra do ponto de vista do carbono, sendo que alguns estudos sugerem que pode inclusive produzir mais do que consome.
A preservação da floresta tem mais a ver com o clima, os importantes ciclos pluviais no Brasil e seus efeitos na agropecuária do que a retorica simplista dos estrangeiros, os quais no mesmo período veem suas áreas de florestas queimarem por conta das fortes secas.
Enfim, o debate nada trouxe de novo, não melhora o ponto de vista dos eleitores e dos estrangeiros sobre os dois candidatos e trouxe à tona o que pode ser um período à frente difícil de volatilidade dos ativos de mercado financeiro.
Terminando hoje o mês mais complicado desde a pandemia e o trimestre, as atenções continuam à uma série de indicadores econômicos novamente superando as expectativas em diversas localidades, como dos dados industriais, imobiliários e de varejo no Japão, os PMIs superando as expectativas na China, vendas ao varejo na Alemanha e o PIB britânico.
Com isso, as atenções se voltam aos dados do mercado de trabalho nos EUA com o ADP Employment e o PIB americano, além dos dados do setor público consolidado, desemprego e CAGED no Brasil.
Localmente, a atenção continua sobre o “Renda Brasil” e as possíveis soluções que o governo busca para a questão, após a péssima recepção do uso dos precatórios para o financiamento, sendo revelado que esta não era a intenção original de Guedes ao trazer o tema para discussão.
Afivelem os cintos, a viagem será turbulenta.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o debate pesando no sentimento dos investidores.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos entre dados positivos e o debate nos EUA.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, à medida que preocupações com a demanda contrariam as esperanças de estímulo dos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,03%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6348 / -0,47 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,315%
Dólar / Yen : ¥ 105,66 / 0,000%
Libra / Dólar : US$ 1,28 / -0,187%
Dólar Fut. (1 m) : 5636,61 / 0,11 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,97 % aa (11,20%)
DI - Janeiro 23: 4,66 % aa (2,64%)
DI - Janeiro 25: 6,62 % aa (0,15%)
DI - Janeiro 27: 7,60 % aa (-0,26%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,1472% / 93.580 pontos
Dow Jones: -0,4764% / 27.453 pontos
Nasdaq: -0,2903% / 11.085 pontos
Nikkei: -1,50% / 23.185 pontos
Hang Seng: 0,79% / 23.459 pontos
ASX 200: -2,29% / 5.816 pontos
ABERTURA
DAX: -0,584% / 12750,88 pontos
CAC 40: -0,597% / 4803,23 pontos
FTSE: -0,222% / 5884,39 pontos
Ibov. Fut.: -1,23% / 93482,00 pontos
S&P Fut.: -0,867% / 3304,80 pontos
Nasdaq Fut.: -0,783% / 11253,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,79% / 69,71 ptos
Petróleo WTI: -1,27% / $38,84
Petróleo Brent: -1,61% / $40,36
Ouro: -0,76% / $1.883,84
Minério de Ferro: 2,79% / ¥ $124,02
Soja: -0,30% / $990,00
Milho: -0,55% / $362,75
Café: 1,05% / $110,70
Açúcar: -1,08% / $12,85