O malabarismo criado pelo Banco Central para com os leilões de compromissadas, agora praticamente diários e com maior liquidez e a queda na demanda por LFTs, com o disparo dos deságios exigidos pelo mercado e uma forte onda vendedora tem duas razões de ser.
O primeiro obviamente é o fiscal, em vista aos anseios do governo em se criar um programa de renda mínima sem fonte crível de recursos e na saída de um cenário pandêmico, onde as contas públicas já estarão severamente comprometidas.
Ainda no fiscal, os anseios não se limitam ao programa, mas também à classe política, na busca por possíveis alterações no teto de gastos, sem uma contrapartida de reformas que assim o permitam.
As Reformas estão paradas!
Outro ponto obviamente vem da própria taxa nominal de juros Selic aos 2% ao ano.
Em tal nível, o mercado começou a precificar a dificuldade do governo em rolar a dívida, ainda que boa parte deste mesmo mercado tenha exigido tal contração de juros por um período bastante extenso, aproveitando as distorções dos dados que alimentam os modelos econométricos.
Claras distorções como consequência da pandemia.
Isso se refletiu no aumento do prêmio nas curvas de juros e na consequente redução da demanda por títulos, como a LFT supracitada.
Neste cenário, ao invés de apaziguar os ânimos dos investidores e romper com o ciclo de afrouxamento monetário, o BC foi incapaz de se desprender dos modelos e sinalizar o fim absoluto dos cortes de juros.
No mais, se mostrou por demais tranquilo com uma inflação que em grande parte vem do repasse cambial, fruto da desvalorização do Real frente ao dólar e que resulta exatamente da velocidade acima do necessário do ciclo de cortes da Selic.
O problema é que a realidade se impôs, a inflação supera as projeções do BC e ainda que ancoradas na meta, trazem, juntos aos elementos acima, forte desconfiança do mercado.
A solução de curtíssimo prazo seria o ‘remédio amargo’ da austeridade fiscal e o famoso ‘cortar no músculo e não gordura’ nos gastos do governo, porém sabemos que isso está ainda longe de acontecer, ou sequer vai mesmo acontecer.
Sem isso e sem as reformas, estamos mais uma vez fazendo equilibrismo na beira do abismo, sem equipamentos de proteção.
Na agenda de hoje, destacam-se o volume do setor de serviços, medido pelo IBGE e a confiança industrial da CNI e nos EUA, a inflação ao atacado (PPI).
Na agenda corporativa, destacam-se os resultados de Bank of America, Wells Fargo, Goldman Sachs, United Airlines e Alcoa.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, enquanto investidores aguardam sinais sobre novos estímulos fiscais.
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, com o discurso de Xi Jinping sobre proteção à propriedade intelectual e empreendedorismo.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York com temores de menor demanda pelo aumento de casos de COVID-19.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,23%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5706 / 0,69 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,187%
Dólar / Yen : ¥ 105,45 / -0,019%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / -0,054%
Dólar Fut. (1 m) : 5581,41 / 0,81 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,96 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 23: 4,60 % aa (-1,50%)
DI - Janeiro 25: 6,43 % aa (-1,83%)
DI - Janeiro 27: 7,38 % aa (-1,99%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,0458% / 98.503 pontos
Dow Jones: -0,5469% / 28.680 pontos
Nasdaq: -0,1041% / 11.864 pontos
Nikkei: 0,11% / 23.627 pontos
Hang Seng: 0,07% / 24.667 pontos
ASX 200: -0,27% / 6.179 pontos
ABERTURA
DAX: -0,158% / 12998,49 pontos
CAC 40: -0,217% / 4936,87 pontos
FTSE: 0,029% / 5971,43 pontos
Ibov. Fut.: 1,27% / 98552,00 pontos
S&P Fut.: -0,793% / 3504,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,213% / 12107,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,27% / 72,37 ptos
Petróleo WTI: 0,02% / $40,00
Petróleo Brent: 0,16% / $42,19
Ouro: 0,27% / $1.897,33
Minério de Ferro: -1,59% / ¥ $122,43
Soja: 0,36% / $1.046,25
Milho: -0,26% / $390,00
Café: -0,36% / $109,65
Açúcar: -0,29% / $13,98