Parte da razão dada por alguns analistas para a venda nas bolsas de valores americanas ontem reside na leitura combinada dos sinais emitidos pelas autoridades monetárias, de que o limite da ação dos BCs provavelmente chegou e o impacto de uma série de indicadores econômicos abaixo das expectativas médias dos analistas.
Neste sentido, reiteramos o cuidado daqui em diante com a leitura de uma série extensa de dados, pois passado o auge da pandemia que os deprimiu de forma generalizada, a tendência de normalização pode dar a sensação falsa de piora acentuada, assim como falsa foi a sensação de melhora célere.
Ainda que parte da reação tenha superado os cenários médios no geral, conforme ocorre a melhora gradual dos dados marginais, ou seja, se afastam do contexto de piora, mais próximo da normalização está a economia e daí a necessidade de uma leitura mais acurada dos resultados dos próximos meses.
Com maior velocidade, tal fenômeno estatístico tem ocorrido na Alemanha e resulta também em um efeito importante nas projeções, pois no cerne da crise pandêmica, foram criados os cenários mais catastróficos possíveis, os quais acabaram suprimidos por uma realidade mais amena.
Cita-se a Alemanha como exemplo, pois o contrário também acabou por acontecer na maior economia europeia, quando da recuperação, houve uma enxurrada de projeções bastante otimistas, que usualmente acabavam frustradas por dados de recuperação mais modestos.
Isso só significa que mesmo pautados por um arcabouço matemáticos extenso, os analistas são humanos e passiveis das mesmas influências que afetam pesquisas de confiança do consumidor e de gerentes, como os PMIs, daí a necessidade de uma leitura criteriosa do cenário de agora em diante.
Localmente, mesmo que parte dos analistas e dos investidores advogue ferozmente pela continuidade do uso dos modelos preditivos do BC para as decisões de política monetária, tendo como proxy o IPCA, a realidade é que possivelmente a elevada distorção dos indicadores causados pela pandemia deixou de ser considerada.
Tal distorção, que vai desde uma abertura anormal do hiato do produto até mudanças de enorme relevância da cesta de consumo tem grandes chances de ter chancelado um rompimento do lower bound de juros locais e o reflexo vem exatamente do mercado, exposto na dificuldade de rolagem da dívida pública no curto prazo e também da expressiva desvalorização do Real frente ao dólar.
Apesar da pausa anunciada pelo Copom, a realidade é que o BC deve lidar junto com o Tesouro com as consequências do acelerado ciclo de afrouxamento e buscar alternativa para um problema criado a partir do que se julgava como a solução.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com a quebra do ciclo de alta nas bolsas e temores renovados do COVID-19.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, liderados pelas bolsas chinesas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas generalizadas, destaque ao ouro
O Petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com o furacão nos EUA afetando a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,32%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2396 / 0,04 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,076%
Dólar / Yen : ¥ 104,29 / -0,344%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,147%
Dólar Fut. (1 m) : 5241,60 / 0,12 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,50 % aa (-1,13%)
DI - Janeiro 23: 4,14 % aa (-2,59%)
DI - Janeiro 25: 6,02 % aa (-1,63%)
DI - Janeiro 27: 7,01 % aa (-1,54%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4235% / 100.098 pontos
Dow Jones: -0,4652% / 27.902 pontos
Nasdaq: -1,2687% / 10.910 pontos
Nikkei: 0,18% / 23.360 pontos
Hang Seng: 0,47% / 24.455 pontos
ASX 200: -0,32% / 5.865 pontos
ABERTURA
DAX: 0,205% / 13235,16 pontos
CAC 40: -0,205% / 5029,19 pontos
FTSE: -0,202% / 6037,69 pontos
Ibov. Fut.: 0,45% / 100192,00 pontos
S&P Fut.: -0,036% / 3349,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,595% / 11138,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,43% / 72,70 ptos
Petróleo WTI: 0,39% / $41,19
Petróleo Brent: 0,37% / $43,51
Ouro: 0,53% / $1.953,54
Minério de Ferro: 1,08% / ¥ $126,59
Soja: 1,34% / $1.040,00
Milho: 0,60% / $377,25
Café: -2,03% / $118,10
Açúcar: -0,71% / $12,55