O dia decisivo para as decisões de política monetária, repleto de expectativas quanto aos sinais a serem emitidos pelos formuladores de políticas e para o que isto pode significar para o futuro das moedas.
Localmente, o recrudescimento da pandemia, com a elevação constante do número de óbitos eleva cada vez mais o peso político sobre as decisões a serem tomadas, como o que ocorreu na Petrobras (SA:PETR4).
Entretanto, a pretensa independência do Banco Central, ainda que sancionada por lei desde o dia 24 do mês passado, terá seu primeiro teste de fogo hoje, com a necessidade do Banco Central elevar os juros em ao menos 50 pontos-base.
Apoiadores do governo já buscam as mais mirabolantes explicações para a atual inflação, alguns ao ponto de sugerir que existe um complô de empresários contra o governo, o que demandaria um controle de preços.
Longe de qualquer irracionalidade, o cenário atual de inflação não tem nada de surpreendente, ao menos para nós, que alertamos que a série de choques que se desenhava desde o ano passado, mesmo com momentos de breve alívio das pressões de preços (inflação dita transitória), desembocaria no atual contexto.
Um dos problemas fundamentais foi a insistência em uma política de juros excessivamente frouxa, longe dos fundamentos primordiais da economia brasileira, ainda mais inseridos num contexto pandêmico altamente controverso, o que levou ao capital externo nos preterir por parceiros menos instáveis entre nossos pares, com consequências nítidas no câmbio.
Cresce, portanto, a expectativa em relação ao comunicado, pois a necessidade de sinalizar ao mercado que o BC está prestes a combater tal distorção é de suma importância e necessita uma resposta à altura do desafio.
No curto prazo, todos os indicadores de inflação têm superado as expectativas dos analistas e se dependesse tão somente destes parâmetros e da mudança das projeções de longo prazo, a atuação do COPOM seria consideravelmente mais dura, o que também traria consequências políticas pesadas no atual momento.
Já o FOMC tem uma missão igualmente complexa, porém com foco diferente, dados os estímulos adotados nos EUA.
Ainda que também sofram com uma inflação de curto prazo, basicamente oriunda do choque de oferta e de preço de commodities, nada tende a mudar em termos de juros, ao menos este ano.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pela decisão de juros do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, na cautela pela decisão do FOMC.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque ao cobre e à prata.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, devido aos temores de menor demanda nos próximos meses, mesmo com a chegada do verão.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,97%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,625 / 0,14 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,076%
Dólar / Yen : ¥ 109,04 / 0,055%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,072%
Dólar Fut. (1 m) : 5622,84 / -0,20 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,25 % aa (0,67%)
DI - Janeiro 23: 6,00 % aa (-0,74%)
DI - Janeiro 25: 7,37 % aa (-0,41%)
DI - Janeiro 27: 7,88 % aa (-1,01%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,7243% / 114.019 pontos
Dow Jones: -0,3869% / 32.826 pontos
Nasdaq: 0,0881% / 13.472 pontos
Nikkei: -0,02% / 29.914 pontos
Hang Seng: 0,02% / 29.034 pontos
ASX 200: -0,47% / 6.795 pontos
ABERTURA
DAX: 0,088% / 14570,42 pontos
CAC 40: -0,212% / 6042,60 pontos
FTSE: -0,296% / 6783,47 pontos
Ibov. Fut.: -0,89% / 114032,00 pontos
S&P Fut.: -0,131% / 3962,40 pontos
Nasdaq Fut.: -0,312% / 13120,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,17% / 85,82 ptos
Petróleo WTI: -0,63% / $64,30
Petróleo Brent: -0,98% / $67,84
Ouro: 0,25% / $1.736,31
Minério de Ferro: 0,14% / ¥ $168,26
Soja: -0,44% / $1.417,25
Milho: -0,09% / $553,75
Café: 1,79% / $133,80
Açúcar: -0,86% / $16,12