A abertura dos mercados ontem já prometia uma recuperação das perdas dos ativos na sessão anterior, em especial com o dólar novamente perdendo força contra a maioria das divisas internacionais, em especial de mercados emergentes.
Um dos fatores locais mais importantes na sessão foi o IPCA aos 1,35%, superando o topo das projeções de mercado, abrindo a perspectiva de normalização das taxas de juros já no primeiro trimestre e estabilidade da Selic na reunião da próxima semana.
Mesmo que em valorização, a movimentação do Real ontem mostrou uma faceta da qual estamos alertando há algum tempo, principalmente o quão nocivo isto pode ser para o setor produtivo: a forte volatilidade e instabilidade cambial.
Assim como opera não raramente como a pior moeda entre seus pares emergentes, o Real ontem operou como a melhor moeda disparado, com valorização de 3,5%, mais do que o dobro do Rand Sul-Africano.
A valorização foi tão forte que nem o mercado de juros futuros, o qual deveria em tese reagir ao IPCA mais forte e o cenário de ajustes de juros registrou um achatamento da curva, em especial nos vértices mais longos.
Este é o resultado da instabilidade do Real como moeda e tal inconstância tem no seu cerne a taxa de juros nominal abaixo do limite mínimo efetivo (ELB).
Os problemas advindos da pandemia trazem dificuldade em mensurar se a taxa de juros estrutural realmente caiu ou se a política monetária perdeu eficiência, porém na comparação com seus pares internacionais, o Real deixou claramente de ser uma opção viável.
Para o setor produtivo, dependendo do objetivo empresarial e comercial, é mais importante uma divisa estável do que uma divisa valorizada ou desvalorizada e é exatamente o que o Brasil não está entregando, dificultando inclusive a formatação de operações de hedge.
Para piorar, não existem intervenções do Banco Central suficientes para reverter tal cenário, somente a normalização de juros no médio prazo.
Na agenda de hoje, atenção ao volume do setor de serviços no Brasil, produção industrial na Zona do Euro, preços ao atacado na Alemanha e ao varejo nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com vacinação em andamento e na espera pelos próximos movimentos em Washington.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com alta consistente no Japão e Coreia.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos até os 5 anos.
Entre as commodities metálicas, altas generalizadas, destaque ao ouro.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, após queda nos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,37%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3208 / -3,34 %
Euro / Dólar : US$ 1,22 / -0,213%
Dólar / Yen : ¥ 103,92 / 0,125%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / 0,176%
Dólar Fut. (1 m) : 5359,56 / -2,24 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,09 % aa (2,25%)
DI - Janeiro 23: 4,81 % aa (-1,64%)
DI - Janeiro 25: 6,37 % aa (-2,15%)
DI - Janeiro 27: 7,11 % aa (-1,93%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,6027% / 123.998 pontos
Dow Jones: 0,1935% / 31.069 pontos
Nasdaq: 0,2762% / 13.072 pontos
Nikkei: 1,04% / 28.457 pontos
Hang Seng: -0,15% / 28.236 pontos
ASX 200: 0,11% / 6.687 pontos
ABERTURA
DAX: -0,214% / 13895,21 pontos
CAC 40: 0,070% / 5654,92 pontos
FTSE: 0,211% / 6768,34 pontos
Ibov. Fut.: 0,99% / 124336,00 pontos
S&P Fut.: 0,066% / 3794,50 pontos
Nasdaq Fut.: 0,250% / 12892,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,40% / 80,95 ptos
Petróleo WTI: 0,26% / $53,26
Petróleo Brent: 0,11% / $56,58
Ouro: 0,08% / $1.852,58
Minério de Ferro: 0,44% / ¥ $169,33
Soja: 0,97% / $1.435,75
Milho: 2,95% / $533,50
Café: 1,28% / $123,40
Açúcar: 0,91% / $15,59