A ata da última reunião do Copom foi uma repetição em grandes partes do comunicado, fechando as portas para uma possível elevação de juros, ainda que precificada nas projeções de base do BC, mas usualmente evitando fechar completamente a porta para os cortes de juros, dando margens às leituras dove por parte dos agentes, como observado em diversas análises ontem.
A realidade de juros baixos é mundial, porém reiteramos a visão de que provavelmente tenhamos ultrapassado o que seria um limite inferior, dada nossa dificuldade agora em refinanciar a dívida pública de curto prazo e pelos nítidos e óbvios efeitos da desvalorização e volatilidade cambial.
Neste contexto, se une a pior situação fiscal da história e, ainda que não seja causada especificamente pelo descaso com a dívida pública, tal situação pandêmica impõe uma série de desafios inéditos, entre eles entender se tudo que se aplica em termos de nova política econômica no mundo não retornará com força em futuro breve, ou se devemos alterar completamente as teorias vigentes.
A realidade é que absolutamente ninguém sabe.
Por aqui, os juros reais negativos e nominais próximos a padrões de países desenvolvidos não somente nos afastam do capital internacional que evita em partes a grande volatilidade que estamos observando neste momento, como são incompatíveis com o nosso quadro fiscal geral.
Este quadro faz com que investidores antecipem a necessidade de financiamento do Tesouro no curto prazo, com a dívida perfilada de maneira mais curta e a demanda por maior prêmio na curva.
Se o problema fosse de natureza exclusivamente fiscal, ou devido aos juros baixos, o Tesouro não teria dificuldade na emissão de LFTs curtas.
Por fim, se o fato de possuirmos a moeda com pior desvalorização entre seus pares internacionais e uma surreal inclinação da curva de juros, em especial nos vértices mais longos não for sinal suficiente de que existe uma enorme distorção no mercado, partimos da análise para a mera torcida.
Somente o setor exportador agradece, mas com enormes ressalvas.
Neste contexto, a agenda reserva hoje o IPCA-15 e o IPC-S semanal, ambos com considerável pressão projetada pelos analistas, inclusive extra-alimentação, confiança do consumidor e uma série de PMIs na Europa e nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, seguindo a tendência de recuperação observada na sessão de ontem.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com exceção do Nikkei.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam sem rumo em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção à platina e paládio.
O Petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, mesmo com os estoques maiores nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,16%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4721 / 1,06 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / 0,034%
Dólar / Yen : ¥ 104,97 / 0,057%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,039%
Dólar Fut. (1 m) : 5473,03 / 1,23 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,66 % aa (-1,35%)
DI - Janeiro 23: 4,35 % aa (-2,03%)
DI - Janeiro 25: 6,30 % aa (-0,94%)
DI - Janeiro 27: 7,26 % aa (-1,09%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,3123% / 97.294 pontos
Dow Jones: 0,5175% / 27.288 pontos
Nasdaq: 1,7148% / 10.964 pontos
Nikkei: -0,06% / 23.346 pontos
Hang Seng: 0,11% / 23.743 pontos
ASX 200: 2,42% / 5.924 pontos
ABERTURA
DAX: 1,644% / 12801,40 pontos
CAC 40: 1,803% / 4858,90 pontos
FTSE: 2,322% / 5964,79 pontos
Ibov. Fut.: 0,21% / 97302,00 pontos
S&P Fut.: 0,261% / 3307,90 pontos
Nasdaq Fut.: 0,558% / 11191,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,54% / 70,61 ptos
Petróleo WTI: 0,78% / $39,95
Petróleo Brent: 0,48% / $41,93
Ouro: -0,56% / $1.892,99
Minério de Ferro: -0,91% / ¥ $125,73
Soja: -0,32% / $1.020,00
Milho: -0,34% / $367,50
Café: -1,13% / $109,45
Açúcar: -0,23% / $12,86