O mercado bem que tentou ontem se desvencilhar das bolsas internacionais que passaram um dia volátil e das notícias do fim de semana da demissão do presidente da Eletrobras (SA:ELET3), mas não foi possível.
Mesmo a sinalização do presidente Bolsonaro de compromisso com as privatizações e as reformas foi suficiente, afinal, tais promessas se repetem constantemente e sempre que o mercado fica tenso.
Isso ocorre igualmente com o discurso de Guedes, o qual conseguiu avançar pouco em sua pauta em 2019, sofreu derrotas no valor do auxílio emergencial em 2020 e além da reforma da previdência desidratada, se mantém na vanguarda da esperança e boa intenção, mas sem apoio para realização de seus intentos.
Localmente, o Banco Central reforçou na ata da última reunião do COPOM aquilo que alertamos já há alguns meses: a inflação não tem caráter tão transitório quanto querem crer muitos e os núcleos estão mais contaminados do que em qualquer momento de 2020.
O impacto da volatilidade cambial, dos choques globais de oferta e dos mínimos relances de melhora da atividade econômica local deixam claro que o caráter estrutural da inflação brasileira ainda é o mesmo e suscetível a todos os eventos de pressão de preços, diferente do que acontece em economias centrais.
A retirada do ‘forward guidance’ ou uma versão repaginada do viés de baixa da política monetária é sinal de que a autoridade monetária já se preocupa com a inflação de 2022, mesmo antes das projeções de mercado demonstrarem a desancoragem com as metas.
No exterior, a preocupação com a inflação começa a ganhar força, conforme os programas de alívio quantitativo começam a ser substituídos por recursos diretamente na mão da população, pois tal mudança quebra o paradigma de inflação dos ativos e pode se converter em inflação de bens e serviços.
Há última década criou um equilíbrio excessivamente delicado entre liquidez e mercado e retira-lo agora será uma tarefa árdua, e acima de tudo, atrasada.
Com isso, atenção à decisão do FOMC, setor externo no Brasil e aos balanços de Apple (NASDAQ:AAPL), Tesla (NASDAQ:TSLA), Facebook, AT&T, Abbott, Boeing e, Nasdaq.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, repercutindo uma tendência incerta vista em outros mercados globais durante a noite.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após a revisão para cima do crescimento global pelo FMI.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque para a platina.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, apesar do aumento dos casos de COVID-19 no mundo, mas com a queda nos estoques globais.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,91%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3523 / -2,10 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / -0,247%
Dólar / Yen : ¥ 103,77 / 0,135%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / 0,051%
Dólar Fut. (1 m) : 5347,23 / -2,18 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,36 % aa (-0,80%)
DI - Janeiro 23: 5,09 % aa (-1,93%)
DI - Janeiro 25: 6,62 % aa (-2,50%)
DI - Janeiro 27: 7,30 % aa (-2,67%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,7807% / 116.464 pontos
Dow Jones: -0,0742% / 30.937 pontos
Nasdaq: -0,0728% / 13.626 pontos
Nikkei: 0,31% / 28.635 pontos
Hang Seng: -0,32% / 29.298 pontos
ASX 200: -0,65% / 6.781 pontos
ABERTURA
DAX: -0,419% / 13812,82 pontos
CAC 40: -0,204% / 5512,26 pontos
FTSE: -0,229% / 6638,78 pontos
Ibov. Fut.: -1,02% / 116250,00 pontos
S&P Fut.: -0,151% / 3842,60 pontos
Nasdaq Fut.: 0,465% / 13552,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,34% / 80,76 ptos
Petróleo WTI: 0,67% / $52,88
Petróleo Brent: 0,75% / $56,23
Ouro: -0,24% / $1.846,55
Minério de Ferro: -0,86% / ¥ $169,52
Soja: 1,00% / $1.380,50
Milho: 0,89% / $536,25
Café: 0,56% / $125,00
Açúcar: 1,59% / $16,02