Por um breve momento, na expectativa pela aprovação do orçamento, o mercado local permaneceu completamente descolado do exterior em todos os ativos, até mesmo num cenário global enfraquecido para commodities.
Ainda que esperado, o plano de aumento de impostos divulgados por Biden superou em muito as expectativas tanto de republicanos, quanto de democratas e se coloca como mais um entrave para a aprovação de um ambicioso projeto de infraestrutura.
A taxação de ganhos de capital de 20% para 43,4%, somado a uma elevação de imposto de renda de 37% para 39,6%, fazendo com que a taxação em alguns estados para operações de mercado financeiro supere facilmente os 50%.
Começam a surgir por todos os EUA diversos cálculos da Curva de Laffer e de como isso pode criar uma migração de capitais dentro dos EUA para os estados com taxas mais atraentes como Florida e Texas, em um movimento que somente vai intensificar o que tem acontecido nos últimos anos.
Todavia, o maior problema ainda é a aprovação do plano de estímulos via infraestrutura, pois ainda que contasse com o expediente tributário para seu financiamento e com alguma resistência democrata, sofre agora resistência ainda maior, dado o temor que existe do impacto econômico de taxas mais altas.
Localmente, a expectativa era pela aprovação do orçamento e de como se encaixariam os vetos para tanto encaixar parte das emendas do congresso, quanto retornar os gastos ‘pedalados’ no texto anterior e cumprindo parte do já acordado, o governo retirou R$ 10,5 bi do relator, R$ 7,9 bi do próprio governo, somente R$ 1,4 bi de emendas do congresso.
O ideal seria um corte de pelo menos mais R$10 bi, porém em termos de Brasil, infelizmente continuam a lidar com o possível e não o ideal.
Tivemos ainda um discurso considerado conciliador de Bolsonaro na Cúpula do Clima na ONU, elogiado inclusive por John Kerry, ainda que recebido com ceticismo.
A ausência do conflito já pode ser considerada algo positivo.
Por fim, a Rússia elevou os juros básico acima das projeções do mercado de 4,5% para 5,00% aa, ante expectativa de 4,75%.
Na agenda macro, uma serie de PMIs nos EUA e na Europa, vendas de imóveis novos nos EUA e na agenda corporativa, Intel (NASDAQ:INTC), Honeywell, Abbot, Daimler, Kimberly-Clark (NYSE:KMB), Bank of China e Royal Caribbean.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, apesar de PMIs acima do esperado na Europa e de planos de taxação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados em alta, com exceção das ações japonesas, com o Yen em alta e atentos à pandemia na India.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção à prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com o aumento dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,60%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4469 / -2,21 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / 0,358%
Dólar / Yen : ¥ 107,89 / -0,065%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,304%
Dólar Fut. (1 m) : 5470,30 / -1,69 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,51 % aa (-0,27%)
DI - Janeiro 23: 6,21 % aa (-2,59%)
DI - Janeiro 25: 7,77 % aa (-2,63%)
DI - Janeiro 27: 8,42 % aa (-2,43%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5751% / 119.372 pontos
Dow Jones: -0,9415% / 33.816 pontos
Nasdaq: -0,9448% / 13.818 pontos
Nikkei: -0,57% / 29.021 pontos
Hang Seng: 1,12% / 29.079 pontos
ASX 200: 0,07% / 7.061 pontos
ABERTURA
DAX: -0,374% / 15263,28 pontos
CAC 40: -0,198% / 6254,89 pontos
FTSE: -0,501% / 6903,51 pontos
Ibov. Fut.: -0,51% / 119824,00 pontos
S&P Fut.: 0,208% / 4136,30 pontos
Nasdaq Fut.: 0,151% / 13774,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,02% / 87,95 ptos
Petróleo WTI: 0,13% / $61,51
Petróleo Brent: -0,09% / $65,33
Ouro: 0,12% / $1.785,71
Minério de Ferro: 0,50% / ¥ $176,35
Soja: -0,60% / $1.527,75
Milho: -1,69% / $641,25
Café: 0,67% / $135,20
Açúcar: -0,24% / $16,96