Decisões de juros protocolares e pouco ousadas, é assim que podemos resumir a ação dos BCs na super-quarta.
O Fed reforçou sua política de adoção de uma meta de inflação baseado em uma média e indicou que os juros devem se manter inalterados até 2023, o que facilmente pode se estender a 2024, o que é uma boa notícia para o mercado, mas não citou nada substancial em termos específicos de um aumento do programa de alívio quantitativo.
Já o Banco do Japão repetiu decisões anteriores e manteve uma reunião protocolar, movimento que deve ser seguido pelo Banco da Inglaterra hoje, além da atenção à decisão sul africana.
Aí temos o Copom. A depender do comunicado do Banco Central, está tudo bem no Brasil, afinal, ao citar os atuais prêmios de risco em vista à questão fiscal, o BC diz muito de passagem que isso `pode´ eleva-lo.
Não é o que dizem as curvas de juros, em especial nos seus vértices mais longos, onde além do elevado prêmio já demandado, as dificuldades de curto prazo de refinanciamento do governo e a baixa demanda por LFTs encilham o Tesouro em uma posição bastante difícil.
O repasse cambial que acontece no atacado e já é observável em diversos índices ao varejo sequer foi mencionado, apenas as pressões temporárias de alimentos, sem considerar a possível pressão em serviços, com a continuidade das reaberturas econômicas em andamento em diversas localidades.
Além disso, apesar da manutenção após um ciclo robusto de 9 cortes, os quais passaram do ponto há uns 4 ou 5 cortes atrás, o COPOM parece continuar a se ater ao modelo que está preso a parâmetros ainda distorcidos pela pandemia e que tem no IPCA, o único índice a não capturas as mais recentes pressões de preços, seu principal referencial.
Ao se ater a isso, a autoridade monetária não consegue de maneira definitiva ´fechar a porta´ para possíveis novos movimentos e ainda que menor, preserva uma brecha no comunicado, um ´just in case´, ao citar possíveis novos movimentos remanescentes, os quais, ´se houver, deve ser pequeno´.
A se aguardar a ata, porém o cenário corrente demonstrado pelo COPOM peca, no mínimo, pelo descolamento da realidade a única ênfase dada na verdade foi a de que não pretende elevar os juros na sua “prescrição futura”, somente se a inflação se aproximar suficientemente das metas.
Eis que estamos em processo de revisão de nossos modelos e projeções e neste sentido, observamos que a inflação daqui até o final no ano, com os pagamentos do auxílio emergencial ainda em voga, devem levar a um IPCA superior aos 2% neste ano e carregar uma inércia para 2021.
Ainda que se conte com o fim do auxílio emergencial, uma parte da atual inflação tem o perverso caráter de oferta e não demanda especificamente, portanto, o câmbio continua a prestar um enorme papel nos preços com o aumento das exportações e queda (e aumento e custo) das exportações.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em reação ás decisões dos BCs.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após manutenção de juros pelo BoJ.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro
O Petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com o furacão nos EUA afetando a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 6,34%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2375 / -0,75 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / -0,195%
Dólar / Yen : ¥ 104,72 / -0,191%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,039%
Dólar Fut. (1 m) : 5235,53 / -0,88 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,59 % aa (3,76%)
DI - Janeiro 23: 4,25 % aa (2,41%)
DI - Janeiro 25: 6,12 % aa (1,49%)
DI - Janeiro 27: 7,12 % aa (1,42%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,6204% / 99.676 pontos
Dow Jones: 0,1314% / 28.032 pontos
Nasdaq: -1,2498% / 11.050 pontos
Nikkei: -0,67% / 23.319 pontos
Hang Seng: -1,56% / 24.341 pontos
ASX 200: -1,22% / 5.883 pontos
ABERTURA
DAX: -0,651% / 13169,10 pontos
CAC 40: -0,773% / 5035,19 pontos
FTSE: -0,718% / 6034,83 pontos
Ibov. Fut.: -0,50% / 99748,00 pontos
S&P Fut.: -0,461% / 3389,60 pontos
Nasdaq Fut.: -1,087% / 11115,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,46% / 71,97 ptos
Petróleo WTI: -0,22% / $40,16
Petróleo Brent: -0,17% / $42,32
Ouro: -0,91% / $1.942,55
Minério de Ferro: -2,65% / ¥ $126,01
Soja: 0,30% / $1.014,00
Milho: 0,27% / $372,50
Café: -1,04% / $119,30
Açúcar: -0,08% / $12,39