Após todo um mise-en-scène, juntando o ministro Paulo Guedes e os mandantes das casas legislativas, o presidente Bolsonaro em sua live de ontem disse que sim, a discussão de “furar” o teto de gastos existiu e citou nominalmente as demandas dos ‘queridos’ ministros Tarcísio de Freitas e Rogério Marinho.
O jogo de meias palavras continua e gera insegurança aos investidores, os quais buscam sinais concretos e claros de que não haverá um rompante de gastos fiscais, de modo a acelerar a crescente popularidade do presidente, em especial no norte e nordeste.
Ao ver o teto rompido pelo orçamento de guerra, o presidente mostrou que claramente sente conforto em demandar maiores recursos, elencando uma série de gastos que certamente se concentraria em obras de grande visibilidade, preparando os palanques para a reeleição em 2022.
Ainda que muitos relativizem as declarações como uma resposta ao vazamento do teor de discussões com o presidente, como ele mesmo cita, o recado é nítido e claro de que há disposição para romper o teto, o que pode minar ainda mais a manutenção do ministro Paulo Guedes no governo.
Como citamos ontem, tal experiência ‘desenvolvimentista’ é praticamente um 2+2 inexorável, ou seja, o resultado fatalmente será sempre o mesmo, a não que se queira muito relativiza-lo.
O que presidente e os políticos ansiosos por recursos não entendem é que o teto dos gastos gerou uma mínima previsibilidade fiscal no país, que foi suficiente para derrubar as curvas longas de juros para níveis inéditos inferiores a dois dígitos e sustentar o corte de juros até os níveis atuais.
Sem isso, desancoramos as expectativas e o trabalho iniciado e positivamente executado pelo governo Temer pode retroceder a situações semelhante ao governo Dilma.
O mercado é bem mais patriota do que parece, certamente, afinal, continuamos aqui, operando e torcendo pelo Brasil, mas 2+2 continua a resultar em 4.
São os destaques da agenda corporativa CCR (SA:CCRO3), Celesc (SA:CLSC4), Cemig (SA:CMIG4), Cogna (SA:COGN3), Copasa (SA:CSMG3), Cosan (SA:CSAN3), Cyrela (SA:CYRE3), Heringer (SA:FHER3), Ferbasa (SA:FESA4), Flex, General Shopping (SA:GSHP3), IMC, Restoque, MMX (SA:MMXM3), Magazine Luiza (SA:MGLU3), PDG (SA:PDGR3), Renova (SA:RNEW11), Smartfit e Taurus.
Hoje em destaque ao IBC-BR, IGP-10 e nos EUA, vendas ao varejo, produtividade e produção industrial.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com novas regras e medidas de quarentena no Reino Unido.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na sua maioria, aguardando a série de estímulos nos EUA.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro e cobre.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, em meio à esperança pelo retorno da demanda por gasolina.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,79%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3692 / -1,17 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / -0,085%
Dólar / Yen : ¥ 106,70 / -0,215%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,230%
Dólar Fut. (1 m) : 5376,65 / -1,56 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,44 % aa (5,52%)
DI - Janeiro 23: 4,00 % aa (1,27%)
DI - Janeiro 25: 5,82 % aa (1,93%)
DI - Janeiro 27: 6,85 % aa (2,09%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,6228% / 100.461 pontos
Dow Jones: -0,2864% / 27.897 pontos
Nasdaq: 0,2748% / 11.043 pontos
Nikkei: 0,17% / 23.289 pontos
Hang Seng: -0,19% / 25.183 pontos
ASX 200: 0,58% / 6.126 pontos
ABERTURA
DAX: -1,232% / 12833,69 pontos
CAC 40: -1,943% / 4944,41 pontos
FTSE: -2,235% / 6047,40 pontos
Ibov. Fut.: -1,82% / 100528,00 pontos
S&P Fut.: 0,148% / 3372,70 pontos
Nasdaq Fut.: -0,150% / 11154,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,34% / 70,60 ptos
Petróleo WTI: -0,59% / $41,99
Petróleo Brent: -0,65% / $44,71
Ouro: -0,21% / $1.948,44
Minério de Ferro: -0,27% / $119,86
Soja: 1,88% / $907,25
Milho: -0,61% / $323,25 $323,25
Café: 0,90% / $117,25
Açúcar: 0,53% / $13,17