O cenário para inflação no Brasil estava dado, mesmo quando a mesma se encontrava em patamares relativamente baixos no ano passado, em que a justificativa para projeções modestas se fixava no ‘hiato do produto’, dado o elevado desemprego.
Insistimos que a volatilidade cambial era muito mais danosa do que a desvalorização em si e que o consequente e constante achatamento de margens de lucros dos diversos setores da economia estavam em níveis considerados críticos, com baixíssimo espaço para absorver mais choques.
Eis que a concretização de tal cenário veio e forçou ao Banco Central tomar medidas mais drásticas nos juros, surpreendendo tanto parte do mercado, como parte dos defensores de uma política de juros abaixo dos níveis mínimos (effective lower bound), o que levou a uma mudança drástica da visão de diversos analistas quanto à inflação vigente.
Neste momento, ao nos tornarmos novamente atraente a um movimento de carry trade e com as opções de mercados emergentes se tornando mais escassas, dadas as intensas valorizações no ano passado, o Brasil novamente observa a valorização cambial mais intensa e dada a sinalização emitida por estrangeiros e exportadores, tal movimento tende a se intensificar.
Um ponto de extrema relevância: em vista à potência da pressão recente provocada pela alta global de commodities, por um período relativamente longo, caso o Real não se valorizasse frente ao dólar, a situação da inflação brasileira poderia estar próxima de níveis insustentáveis, ao ponto de afetar em definitivo as metas dos próximos dois anos.
Isso poderia trazer um aperto monetário ainda mais intenso por parte do COPOM, ao ponto de reverter por completo qualquer característica estimulativa dos juros, rompendo o ajuste ao neutro.
Com a força acima das expectativas dos indicadores de atividade econômica, vemos também que o uso do hiato como referencial já se perde, pois nem mesmo com a atual abertura negativa, capacidade instalada e desemprego, deixamos de observar uma reação da economia.
Com este elemento a mais, o BC deverá repensar como agir em vista à perspectiva de 2, quem sabe 3 anos de inflação acima do centro da meta, num equilíbrio tênue e sensível, difícil para qualquer formulador de política monetária.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com a proximidade de novos recordes nas bolsas americanas.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com inflação ao atacado mais forte na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto o minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York pelo segundo dia consecutivo, com sinais de forte recuperação da demanda por combustível.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,11%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0346 / -0,22 %
Euro / Dólar : US$ 1,22 / 0,131%
Dólar / Yen : ¥ 109,47 / 0,000%
Libra / Dólar : US$ 1,42 / 0,099%
Dólar Fut. (1 m) : 5049,73 / 0,05 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 6,13 % aa (1,83%)
DI - Janeiro 23: 6,72 % aa (0,07%)
DI - Janeiro 25: 7,76 % aa (-0,39%)
DI - Janeiro 27: 8,30 % aa (-0,24%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,7564% / 129.787 pontos
Dow Jones: -0,0878% / 34.600 pontos
Nasdaq: 0,3111% / 13.925 pontos
Nikkei: -0,35% / 28.861 pontos
Hang Seng: -0,13% / 28.743 pontos
ASX 200: -0,31% / 7.270 pontos
ABERTURA
DAX: -0,533% / 15557,32 pontos
CAC 40: -0,039% / 6548,44 pontos
FTSE: -0,580% / 7053,97 pontos
Ibov. Fut.: -0,77% / 129811,00 pontos
S&P Fut.: 0,007% / 4225,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,094% / 13832,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,28% / 94,50 ptos
Petróleo WTI: 0,30% / $70,16
Petróleo Brent: 0,24% / $72,47
Ouro: -0,18% / $1.890,12
Minério de Ferro: 1,23% / $207,84
Soja: -0,79% / $1.566,75
Milho: -1,25% / $671,25
Café: 0,86% / $159,15
Açúcar: -0,68% / $17,58