A reação dos mercados ontem ao anúncio da rolagem de precatórios para o pagamento de um possível novo programa de renda mínima, agora conhecido como ‘Renda Cidadã’ com o uso de precatórios não poderia ter sido pior.
Por definição, precatórios são formalizações de requisições de pagamento de determinada quantia por beneficiário, devida pela Fazenda Pública, em face de uma condenação judicial definitiva, ou irrecorrível.
Em resumo, é dinheiro que o governo deve a alguém e não tem mais de onde recorrer contra a cobrança.
A ideia do projeto era praticamente dar um ‘calote’ de curto prazo ou uma espécie de corte nesta dívida, semelhante ao o que ocorre no expediente da recuperação judicial.
Eis o gigantesco problema, pois o início do fim do governo petista no Brasil veio exatamente do desrespeito a contratos, seguidos de criatividade contábil, para burlar a lei de responsabilidade fiscal, entre outros eventos.
Além da série de problemas já enfrentados pelo país, o uso de tal expediente traz novamente o fantasma da insegurança jurídica que pesa fortemente no fluxo de capitais ao país.
A disparada nos prêmios nas curvas de juros são o primeiro sinal emitido pelo mercado de que ele desconfia completamente das intenções do governo em nível fiscal, assim como a alta do dólar contra o Real.
Este governo aparenta ser sensível aos sinais do mercado e recuou de tal intento, que incluía o uso do Fundeb, porém, mesmo com tal pretensa sensibilidade, mais uma vez as reformas são deixadas de lado e sem grandes definições.
Por enquanto, a pressão inflacionária ainda é resultado em grande parte do repasse cambial, do choque local e global de oferta e agora de parte do carregamento do custo de administrados advindo das fortes inflações dos IGPs, como a que deve ser divulgada hoje.
Porém, em breve a inflação pode voltar a embutir os temores de piora generalizada do fiscal e daí seu controle vem do amargo e conhecido remédio no Brasil: a alta de juros por um período prolongado.
No exterior, aguardam-se novidades do pacote democrata, agora de US$ 2,2 tri
Atenção hoje ao IGP-M, que projeta uma forte alta para setembro, os dados de déficit primário e nos EUA, preços de imóveis, estoques e dados de confiança do consumidor.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com temores sobre o Brexit e questões políticas nos EUA, como no novo pacote democrata.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na sua maioria, após as altas ocidentais.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam desconexos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre e platina.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, à medida que preocupações com a demanda contrariam as esperanças de estímulo dos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,95%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6613 / 1,77 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / 0,197%
Dólar / Yen : ¥ 105,63 / 0,123%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / 0,140%
Dólar Fut. (1 m) : 5630,29 / 1,40 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,82 % aa (7,91%)
DI - Janeiro 23: 4,54 % aa (7,33%)
DI - Janeiro 25: 6,61 % aa (6,27%)
DI - Janeiro 27: 7,62 % aa (5,69%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,4052% / 94.666 pontos
Dow Jones: 1,5092% / 27.584 pontos
Nasdaq: 1,8689% / 11.118 pontos
Nikkei: 0,12% / 23.539 pontos
Hang Seng: -0,85% / 23.276 pontos
ASX 200: 0,00% / 5.952 pontos
ABERTURA
DAX: -0,296% / 12832,72 pontos
CAC 40: -0,022% / 4842,19 pontos
FTSE: -0,468% / 5900,19 pontos
Ibov. Fut.: -2,51% / 94650,00 pontos
S&P Fut.: 1,786% / 3346,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,094% / 11384,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,30% / 70,78 ptos
Petróleo WTI: -0,49% / $40,40
Petróleo Brent: -0,26% / $42,32
Ouro: 0,14% / $1.884,07
Minério de Ferro: 0,13% / ¥ $124,21
Soja: -0,33% / $993,00
Milho: -0,48% / $365,00
Café: -0,59% / $108,90
Açúcar: 0,08% / $12,60