O mercado local celebra a paz política momentânea, a qual pode ser traduzida como ‘paz fiscal’, afinal, toda a volatilidade observada entre os ativos vem da perspectiva de que o governo perca a mão com possíveis novos programas de transferência de renda e rompam o teto dos gastos de maneira aumentar as incertezas que rondam o tema.
Com isso, retoma-se o foco na agenda macroeconômica e à inflação, onde o IPC-Fipe da primeira semana já registrou alta semelhante à anterior (1,06%), com destaque para alimentação e despesas pessoais puxando o índice, tendência que tende a se assemelhar ao IPCA divulgado hoje, onde projetamos uma alta de 0,53%.
As secas no Centro-Oeste, excesso de chuvas no Sul e calor intenso em todo o país tem sido um complicador adicional para a alimentação em geral, com o adicional de um câmbio desvalorizado ainda favorecendo a exportação, em detrimento à oferta local.
Em outros setores, como o de serviços, segue a linha da qual alertamos anteriormente, de uma possível inflação de ‘retorno’, ou seja, muitos descontos oferecidos durante o auge da pandemia estariam sendo gradualmente retirados, devolvendo a deflação que marcou fortemente o setor nos últimos meses.
Além disso, a estiagem até a semana anterior no interior de São Paulo já causou racionamento de água em diversas cidades e pode ser questão de tempo até que afete as bandeiras tarifarias de energia, caso o contexto de baixa pluviosidade permaneça como está, com a primavera batendo recordes de temperatura.
Tudo isso vem a demonstrar tão somente que as características estruturais da inflação brasileira continuam inalteradas e aquilo que se observou recentemente durante a pandemia era repleto de predicados meramente conjunturais, não podendo, portanto, serem utilizados como parâmetro, ou um pseudo ‘novo normal’ como alguns analistas tanto insistiam.
Eis que a chamada por uma condução mais cautelosa da política monetária se reforça, para evitar danos ainda maiores como na forte desvalorização do Real frente ao dólar e nas consequências estruturais de uma economia fechada, mas fortemente dependente de importações de bens duráveis e semi-duraveis.
No exterior, atenção aos possíveis avanços das conversas entre democratas e republicanos, que assim como no Brasil, não tem um rumo concreto para a conclusão de um plano de alivio dos efeitos da pandemia.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, enquanto investidores aguardam sinais sobre novos estímulos fiscais.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos com o retorno do feriado chinês.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata e minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, mesmo com a greve dos petroleiros noruegueses.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,71%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5996 / -0,21 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,323%
Dólar / Yen : ¥ 105,88 / -0,123%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / -0,039%
Dólar Fut. (1 m) : 5601,73 / -0,33 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,96 % aa (-4,12%)
DI - Janeiro 23: 4,64 % aa (-2,73%)
DI - Janeiro 25: 6,56 % aa (-1,50%)
DI - Janeiro 27: 7,54 % aa (-0,53%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,5055% / 97.920 pontos
Dow Jones: 0,4312% / 28.426 pontos
Nasdaq: 0,4961% / 11.421 pontos
Nikkei: -0,12% / 23.620 pontos
Hang Seng: -0,31% / 24.119 pontos
ASX 200: 0,00% / 6.102 pontos
ABERTURA
DAX: 0,081% / 13052,81 pontos
CAC 40: 0,496% / 4936,30 pontos
FTSE: 0,688% / 6019,22 pontos
Ibov. Fut.: 2,48% / 97820,00 pontos
S&P Fut.: 0,419% / 3451,90 pontos
Nasdaq Fut.: 0,316% / 11579,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,85% / 72,77 ptos
Petróleo WTI: -0,92% / $40,81
Petróleo Brent: -1,04% / $43,01
Ouro: 1,11% / $1.914,08
Minério de Ferro: 3,79% / ¥ $122,46
Soja: 0,79% / $1.058,75
Milho: 0,97% / $390,75
Café: 1,04% / $112,00
Açúcar: -0,56% / $14,13