O dia mais limitado de agenda macroeconômica é aquele que dá abertura ao mercado para uma possível correção dos ativos, após um intenso ciclo global de ganhos na sessão anterior.
A motivação para tal correção está entre as mesmas dos últimos tempos, pandemia e indicadores econômicos.
Como citamos anteriormente, a fragilidade tanto dos resultados mais recentes como dos números relacionados à crise viral dão margem para às mais variadas leituras, dependendo do dia e do humor dos investidores.
No Japão, indicadores antecedentes dentro das expectativas superaram os resultados anteriores, com redução nos indicadores coincidentes e gastos domésticos, enquanto na Alemanha, a produção industrial cresceu 7,8%, abaixo das expectativas de 11,1%, porém acima do anterior aos -17,5% revisados.
Estes dados e o Jolts de emprego nos EUA são o que se pode esperar do dia somente, ou seja, “agenda vazia, oficina da volatilidade”.
Localmente, além do IPCA e indicadores de atividade econômica durante a semana, as atenções se voltam à questão política em diversos aspectos.
A expectativa pelo avanço de textos das reformas, pelo plano Renda Brasil, que deve substituir de maneira mais ampla o Bolsa Família e pela possibilidade do presidente Bolsonaro estar com COVID-19 chamam a atenção dos investidores localmente.
Ao mesmo tempo que uma possível infecção depõe contra o presidente e muitas vezes sua falta de trato com a doença, principalmente pela idade e a grande exposição sem proteção em público é notória, reforça o fato de que o mesmo não foi infectado anteriormente, conforme afirmavam a oposição e parte da imprensa.
Na política internacional, os dados mais recentes de emprego nos EUA podem dar a motivação para que Trump deixe de lado uma política conciliadora com a China, que traria resultados positivos com a finalização da fase-1 do acordo comercial e parta para um viés mais agressivo, o qual agrada seus eleitores.
Neste caso, a lei de segurança que afeta Hong Kong já levou a moções legais dos EUA, a possível proibição do app TikTok pode ocorrer, conforme anunciada por Pompeo estão entre os elementos de tensão de curto prazo.
Para piorar, a China pode também travar o aplicativo na ilha, deixando usuários ainda mais apreensivos.
Com tais elementos e adicionando a tensão com a questão da Huawei, é quase certo que a retórica comercial bélica ganhe força na visão de Trump, com o risco dos resultados econômicos minarem ainda mais sua tentativa de reeleição, pois é exatamente fora de sua base que o presidente americano precisa avançar e o enfrentamento é positivo somente a seus fieis eleitores.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após o forte rali do dia anterior.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com o ShegZen em alta, após o incentivo do governo à compra de ações.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e em Nova York, com temores sobre a atividade econômica.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,40%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3553 / 0,78 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,301%
Dólar / Yen : ¥ 107,70 / 0,373%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,120%
Dólar Fut. (1 m) : 5359,86 / 0,80 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 2,90 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 3,99 % aa (0,25%)
DI - Janeiro 25: 5,52 % aa (-0,54%)
DI - Janeiro 27: 6,38 % aa (-0,93%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,2449% / 98.937 pontos
Dow Jones: 1,7798% / 26.287 pontos
Nasdaq: 2,2143% / 10.434 pontos
Nikkei: -0,44% / 22.615 pontos
Hang Seng: -1,38% / 25.976 pontos
ASX 200: -0,03% / 6.013 pontos
ABERTURA
DAX: -1,346% / 12562,07 pontos
CAC 40: -1,241% / 5018,45 pontos
FTSE: -1,398% / 6198,07 pontos
Ibov. Fut.: 2,35% / 99147,00 pontos
S&P Fut.: 1,374% / 3171,90 pontos
Nasdaq Fut.: -0,458% / 10542,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,49% / 65,86 ptos
Petróleo WTI: -1,18% / $39,99
Petróleo Brent: -1,04% / $42,64
Ouro: -0,48% / $1.776,27
Minério de Ferro: 2,63% / $101,54
Soja: -0,45% / $895,75
Milho: -1,15% / $342,50 $342,50
Café: -4,94% / $97,20
Açúcar: -0,42% / $11,89