Em mais um dia o mercado se rende aos números relacionados ao vírus e oscila entre resultados pontuais de melhora e frustrações como as observadas entre ontem e hoje, com o aumento expressivo no número de mortes e casos nos EUA.
A média de mortes, que se aproximava de 1.200 até anteontem, se aproximou de 2.000 ontem, revertendo tanto as possibilidades de melhora estatística, quanto da retirada das medidas de distanciamento social.
Enquanto isso, a série de indicadores econômicos somente piora e a perspectiva de continuidade do processo, inclusive com ondas adicionais, conforme observado na Ásia reforça a visão de que a recessão tende a ser ainda mais intensa do que se imaginava.
Eis a dificuldade em gerar projeções e maior ainda, gerar cenários prospectivos, dado que não se tem uma perspectiva temporal precisa sobre o fim dos eventos e pior, sobre a intensidade dos mesmos.
O mercado, conforme citado constantemente, tende a antecipar movimentos na economia entre 3 a 5 meses, dado o informacional que consome com constância e velocidade. Neste momento, o sinal que o mercado emite é de que nada sabemos sobre o curto e médio prazo, convertendo o longo prazo em uma enorme incógnita.
A única coisa que se pode observar neste momento é que sofremos um impacto de curto prazo na inflação, devido aos efeitos da desvalorização cambial, um certo alívio nos apertos de margens e o isolamento, levando ao aumento de demanda por alimentos e estocagem.
Ainda assim, tal perspectiva é efêmera, pois no médio prazo, os eventos relacionados ao COVID-19 são deflacionários, mas somente se não forem graves o suficiente para se levar a uma quebra da cadeia de suprimentos.
Neste caso, a menor demanda seria “compensada” por uma interrupção abrupta na oferta, levando a uma inflação que pode ser tanto local, como internacional, dado o papel da China neste cenário.
Os dados inflacionários a serem divulgados hoje tem no varejo a perspectiva de impacto e os indicadores de serviço são espelho, ou seja, não mudam em nada o cenário pois são do período pré-vírus.
Eis um exemplo de como as séries estatísticas e a sazonalidade perderam sentido neste momento crucial de nossa história.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com o aumento de casos de COVID-19 nos EUA.
Na Ásia, fechamento em queda, com exceção do Nikkei.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos a partir de 5 anos.
Entre as commodities metálicas, quedas na prata, min. ferro e cobre.
O petróleo abre em alta, com a Rússia na OPEP nesta sexta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,28%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2241 / -1,10 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / -0,257%
Dólar / Yen : ¥ 108,85 / 0,083%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / 0,016%
Dólar Fut. (1 m) : 5227,07 / -1,25 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,06 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,36 % aa (-2,37%)
DI - Janeiro 25: 6,96 % aa (-1,56%)
DI - Janeiro 27: 7,74 % aa (-1,28%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 3,0849% / 76.358 pontos
Dow Jones: -0,1152% / 22.654 pontos
Nasdaq: -0,3283% / 7.887 pontos
Nikkei: 2,13% / 19.353 pontos
Hang Seng: -1,17% / 23.970 pontos
ASX 200: -0,86% / 5.207 pontos
ABERTURA
DAX: -0,997% / 10253,40 pontos
CAC 40: -1,646% / 4365,24 pontos
FTSE: -1,571% / 5614,83 pontos
Ibov. Fut.: 2,93% / 76279,00 pontos
S&P Fut.: -0,087% / 2639,70 pontos
Nasdaq Fut.: 0,181% / 8028,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,22% / 63,36 ptos
Petróleo WTI: 3,26% / $24,45
Petróleo Brent: 0,38% / $32,02
Ouro: 0,12% / $1.649,74
Minério de Ferro: -0,72% / $81,90
Soja: 0,50% / $859,00
Milho: 0,45% / $333,00 $333,00
Café: -0,67% / $119,10
Açúcar: 0,00% / $10,38