Entre pedidos de impeachment do presidente Donald Trump, o peso dos eventos na semana anterior no capitólio e os recordes das bolsas de valores no mundo todo, a tendência de correção dos ativos na sessão de ontem se mostrava quase que inevitável.
Localmente, a notícia de saída da fábrica da Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34), após mais de 100 anos no Brasil pegou o governo e a classe política de surpresa, todavia pouca surpresa real existe no evento.
A Ford, assim como em outras localidades do mundo, foi uma força global do setor automotivo e tinha a característica de se misturar muito bem ao ambiente em que se inseria, ou seja, utilizava as regulações locais como padrão de comportamento de suas filiais.
Se um país possuía regulações ambientais mais frouxas, a fábrica seguia tais regulações, se o país desse uma série de incentivos tributários, a mesma aproveitava em sua plenitude, se as regulações trabalhistas fossem menos rígidas, operava sob a legislação local e outros expedientes já demonstrados na história da empresa.
Eis que a mesma no Brasil se tornou o ícone do desenvolvimentismo, junto à GM (NYSE:GM) (SA:GMCO34) e a Volkswagen (DE:VOWG_p) e se converteu em um ente estado-dependente, aproveitando um ambiente regulatório muito favorável em diversos aspectos, suplantando o problema do custo-Brasil.
A lucratividade do setor por aqui sempre superou em muito a média mundial, por isso, a saída é resultado muito mais de problemas auto-inflingidos do que especificamente um problema brasileiro, pois tem fechado fábricas no mundo todo, tentado se reorganizar e se tornar relevante, num mundo onde a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) determinou o novo normal para os anos 2020.
Caminhonetes grandes, relançamentos de ícones como o Mustang explicam parte da sobrevivência global da empresa, mas o futuro no mundo ainda é incerto e no Brasil, onde o estado deixa sucessivamente de participar do grande esquema de subsídios, provavelmente o Valor Presente Líquido (VPN) da empresa compensava a multa para de sua saída do Brasil.
Atenção hoje ao IPCA, o qual deve refletir o aumento concentrado dos planos de saúde em dezembro e pressões ainda presentes de alimentação e serviços, além obviamente do impacto da instabilidade cambial em uma série de preços.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, perspectiva de ganhos, após a quebra ontem na sequência de sessões positivas.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com alta consistente no Japão e China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro e paládio.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, mesmo após a pandemia avançar em diversas localidades.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,74%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5048 / 1,56 %
Euro / Dólar : US$ 1,22 / 0,123%
Dólar / Yen : ¥ 104,16 / -0,096%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / 0,592%
Dólar Fut. (1 m) : 5482,53 / 0,98 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,15 % aa (6,14%)
DI - Janeiro 23: 4,89 % aa (4,49%)
DI - Janeiro 25: 6,51 % aa (3,99%)
DI - Janeiro 27: 7,25 % aa (3,13%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,4563% / 123.255 pontos
Dow Jones: -0,2871% / 31.009 pontos
Nasdaq: -1,2539% / 13.036 pontos
Nikkei: 0,09% / 28.164 pontos
Hang Seng: 1,32% / 28.277 pontos
ASX 200: -0,27% / 6.679 pontos
ABERTURA
DAX: 0,146% / 13956,94 pontos
CAC 40: 0,020% / 5663,57 pontos
FTSE: -0,196% / 6785,16 pontos
Ibov. Fut.: -1,60% / 123120,00 pontos
S&P Fut.: -0,668% / 3792,00 pontos
Nasdaq Fut.: 0,442% / 12954,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,16% / 80,41 ptos
Petróleo WTI: 1,78% / $53,17
Petróleo Brent: 1,56% / $56,55
Ouro: 0,99% / $1.862,55
Minério de Ferro: -1,34% / ¥ $168,99
Soja: 0,00% / $1.374,50
Milho: 0,36% / $494,00
Café: -0,41% / $120,95
Açúcar: 0,96% / $15,82