O mercado de renda variável teve uma sessão de intensa volatilidade ontem, com o índice oscilando entre o negativo e positivo em diversas ocasiões, seguindo em parte as bolsas em NY, as quais ganharam ímpeto no final da sessão.
Parte de tal reação vem da expectativa crescente de um forte relatório de emprego nos EUA, projetando agora 1.000.000 de postos de trabalhos criados, com as alterações recentes das projeções, mesmo após um ADP levemente abaixo das expectativas.
Tal contexto, no entanto, pouco afetou o rumo do Real frente ao dólar, o qual após um início ‘travado’, engatou em um ciclo intenso de valorização após a decisão do COPOM, que põe a divisa brasileira entre as melhores em diversas medidas de curto prazo, inclusive trimestral.
O resultado da postura mais ‘hawk’ de curto prazo do Banco Central no COPOM tem sua marca novamente no mercado de renda variável e assim como não era função da autoridade monetária fazer política fiscal no ano passado, ao reduzir o custo de carregamento da dívida, críticas virão de se utilizar do câmbio para política monetária.
Todavia, as características já aqui citadas e demonstradas em alguns de nossos relatórios demonstram que apesar de fechada, a economia brasileira sofre impactos grandes do câmbio, em especial da volatilidade cambial e ao reduzir a força de tal evento, é sim um modus operandi de política monetária.
O setor exportador obviamente não concorda, ainda que se beneficie do crescimento econômico inerente à divisa valorizada, dada a redução das perdas com inflação e redução de custos de importação, em especial de insumos.
Porém, ao contrário das mudanças de projeções do mercado, acreditamos em um BC relutantemente hawk, o que dá espaço para que o processo de aperto monetário seja duro no curto prazo, porém pode ser mais suave na normalização, ou seja, em nosso antigo 4,5%, muito menos os 6,5% de alguns.
Na agenda macroeconômica, IGP-DI e Vendas ao Varejo no Brasil, Payroll nos EUA.
Já divulgados, destaque para a melhora expressiva da balança comercial chinesa, com crescimento de 22,2% das exportações, acima das expectativas e de 32,2% das importações, abaixo das expectativas, elevando fortemente o saldo, tanto em Yuans, quanto em dólares e também pelo forte crescimento das contas externas alemãs, onde exportações e importações cresceram acima das expectativas, elevando o saldo comercial, consequentemente o de conta corrente em US$ 30,2 bi (Proj.: US$ 24 bi).
A Alemanha também registra produção industrial de 2,5% ao mês, acima das projeções, com 5,1% em 12 meses.
Na agenda corporativa, Siemens, adidas, BMW, Crédit Agricole, Mitsubishi, Olympus, Sumitomo e localmente M Dias Branco (SA:MDIA3).
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com atenção à leitura do relatório de emprego nos EUA, o Payroll.
Em Ásia-Pacífico, mercados chineses em queda, também na expectativa pelo Payroll.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam sem rumo em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com alta no ouro, minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, mesmo após dados positivos na Alemanha e China.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,82%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2761 / -1,48 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / 0,108%
Dólar / Yen : ¥ 109,11 / 0,037%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,209%
Dólar Fut. (1 m) : 5292,06 / -1,48 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,76 % aa (-0,17%)
DI - Janeiro 23: 6,55 % aa (0,77%)
DI - Janeiro 25: 8,03 % aa (1,01%)
DI - Janeiro 27: 8,65 % aa (1,05%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,2979% / 119.921 pontos
Dow Jones: 0,9296% / 34.549 pontos
Nasdaq: 0,3712% / 13.633 pontos
Nikkei: 0,09% / 29.358 pontos
Hang Seng: -0,09% / 28.611 pontos
ASX 200: 0,27% / 7.081 pontos
ABERTURA
DAX: 1,227% / 15383,20 pontos
CAC 40: 0,245% / 6372,63 pontos
FTSE: 0,595% / 7118,26 pontos
Ibov. Fut.: 0,16% / 120176,00 pontos
S&P Fut.: 0,825% / 4194,20 pontos
Nasdaq Fut.: 0,221% / 13627,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,42% / 93,26 ptos
Petróleo WTI: -0,22% / $64,63
Petróleo Brent: -0,25% / $68,01
Ouro: 0,28% / $1.820,57
Minério de Ferro: 4,96% / $197,68
Soja: 0,56% / $1.613,25
Milho: 0,76% / $765,25
Café: 3,37% / $153,50
Açúcar: -0,85% / $17,46