Com a discussão do arcabouço fiscal de volta à tona, com o adiamento da viagem das autoridades à China, as atenções também se voltam hoje à ata da última reunião do COPOM, após o sinal mais duro emitido pelo comunicado.
Alguns políticos citaram que a ata poderia ter um “recado mais suave” sobre a questão fiscal, porém, o problema é que a ata reflete literalmente aquilo que foi dito e discutido durante a reunião e não adiciona percepções posteriores ao evento.
Deste modo, o recado estará dado e basta que seja apresentado um arcabouço fiscal decente, com estrutura suficiente para evitar um descalabro de gastos do governo, que as curvas de juros e o mercado responderão a contento.
Se o governo o assim fizer e ainda apresentar uma proposta de reforma tributária que, acima de tudo, reduza a burocracia que torna o Brasil o pior país para se calcular, cobrar e pagar impostos no mundo, está feito o desenho para uma melhora dos ativos de mercado financeiro e posteriormente, quedas de juros.
A pressão e interferência do governo já não funcionavam muito antes, quando o Banco Central não era independente - com exceção de um período há dois mandatos – e agora, com presidentes da instituição operando entre governos, tal independência é ainda mais importante.
No mercado hoje, além da ata, importante observar um parcial alívio dos mercados internacionais com a questão bancária e como isso pode influenciar (ou não) os movimentos dos bancos centrais mundo afora.
O próprio Fed citou em seu comunicado que o evento SVB e o subsequente ‘credit crunch’ serviriam como um aumento de juros ‘virtual’, ao retirar parcialmente liquidez do mercado de crédito, o que pode ser considerado já ultrapassado, em meio à sustentação que os grandes bancos e o governo fizeram ao sistema.
Desde modo, a possibilidade de continuidade do ciclo de aperto monetário nas economias desenvolvidas voltou a depender, no curto prazo, dos indicadores econômicos e do rumo da inflação, ainda que o problema bancário seja algo totalmente presente no bloco europeu.
Além da ata da última reunião do COPOM, atenção hoje à série grande de dados nos EUA, entre eles o mercado imobiliário, confiança do consumidor, Feds regionais, balança comercial e estoques.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, como reação à ajuda ao sistema bancário.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo o alívio do sistema bancário no ocidente.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto futuros do minério de ferro e ouro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com investidores observando o risco da oferta curda.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,65%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1987 / -0,91 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / 0,176%
Dólar / Yen : ¥ 131,03 / -0,486%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / 0,000%
Dólar Fut. (1 m) : 5204,50 / -0,79 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,06 % aa (-0,25%)
DI - Janeiro 25: 11,88 % aa (-0,59%)
DI - Janeiro 26: 11,91 % aa (-0,73%)
DI - Janeiro 27: 12,14 % aa (-0,94%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,8512% / 99.670 pontos
Dow Jones: 0,6035% / 32.432 pontos
Nasdaq: -0,4662% / 11.769 pontos
Nikkei: 0,15% / 27.518 pontos
Hang Seng: 1,11% / 19.785 pontos
ASX 200: 1,04% / 7.034 pontos
ABERTURA
DAX: 0,211% / 15159,59 pontos
CAC 40: 0,267% / 7097,16 pontos
FTSE: 0,228% / 7488,56 pontos
Ibov. Fut.: 0,66% / 100149,00 pontos
S&P Fut.: -0,08% / 4004 pontos
Nasdaq Fut.: -0,166% / 12771,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,16% / 103,92 ptos
Petróleo WTI: 0,78% / $73,38
Petróleo Brent: 0,81% / $78,75
Ouro: -0,18% / $1.955,71
Minério de Ferro: 2,01% / $121,60
Soja: 0,12% / $1.446,00
Milho: -0,12% / $647,00
Café: 0,57% / $177,15
Açúcar: 0,57% / $21,09