A face mais cruel da inflação começa a descortinar entre os bancos centrais e no mercado de bonds, com a bolha em pleno processo de ‘osmose`, após as declarações de Powell colocando os 50 bp como possibilidade do próximo movimento do Fed.
Fica claro também que os investidores, de certa maneira, alimentam cegamente a esperança de manutenção dos estímulos por parte do Fed e de juros extraordinariamente baixos, em face ao atual cenário de enormes demandas por respostas de política monetária à inflação vigente.
Alguns pontos continuam difíceis de entender neste momento, como: o porquê de parte do mercado financeiro continuar a alimentar, no atual cenário, a esperança por juros baixos; o porquê da ainda constante leniência dos bancos centrais às pressões inflacionárias; o porquê os EUA não apelam novamente ao óleo de xisto com alternativa ao petróleo; o porquê da insistência chinesa neste modelo de covid-zero, claramente ineficiente; entre outros fatores.
O Fed agora fala em retornar a inflação à meta, sem causar recessão, algo que poderia e deveria ter sido feito há pelo menos seis meses, porém o trabalho agora é redobrado e tentar atingir tal feito, em meio ao atual contexto, quase significa levar os EUA à beira de uma recessão.
Para outros países, a questão é ainda mais complexa, pois o bloco europeu continua a ser o mais resistente a retirar os estímulos e elevar os juros, porém a inflação ao varejo continua pressionada em níveis extraordinariamente elevados e como no caso americano, trazer os índices de preços às metas demandaria um esforço que os BCs não pretendem, não querem e não irão fazer, que é uma disparada de juros.
Tal cenário é completado pelas incertezas do quanto vai durar a invasão russa à Ucrânia, de como efetivamente ocorrerá o processo de “paz” quando isso terminar, em especial para as sanções impostas até este momento.
Além disso, os sinais de que a China retomará a produção em breve e reduzirá os impactos do choque de oferta continua desafiados pelo recrudescimento da atual política de lockdowns, a qual emite poucos sinais de mudanças, muitos deles conectados à questão política.
No fim, desta o Brasil, o emergente preferido no momento do investidor estrangeiro, o qual pode manter a aposta pesada por juros alto e cravar em um diferencial considerável em relação às economias centrais.
E estamos só em abril.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com os temores de sinais mais hawkish dos bancos centrais.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após declarações do Banco Central da China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata e à platina.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com temores de recessão global, após os sinais dos BCs.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,62%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,622 / -0,99 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / -0,277%
Dólar / Yen : ¥ 128,37 / 0,000%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / -1,098%
Dólar Fut. (1 m) : 4630,95 / -1,22 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,06 % aa (0,04%)
DI - Janeiro 24: 12,67 % aa (-0,08%)
DI - Janeiro 26: 11,85 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 27: 11,80 % aa (-0,04%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0000% / 114.344 pontos
Dow Jones: -1,0467% / 34.793 pontos
Nasdaq: -2,0696% / 13.175 pontos
Nikkei: -1,63% / 27.105 pontos
Hang Seng: -0,21% / 20.639 pontos
ASX 200: -1,57% / 7.473 pontos
ABERTURA
DAX: -2,020% / 14209,49 pontos
CAC 40: -1,802% / 6594,08 pontos
FTSE: -0,769% / 7569,30 pontos
Ibov. Fut.: -0,76% / 116099,00 pontos
S&P Fut.: -0,43% / 4371,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,446% / 13665,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,73% / 130,34 ptos
Petróleo WTI: -1,82% / $101,90
Petróleo Brent: -1,95% / $106,22
Ouro: -1,00% / $1.933,01
Minério de Ferro: -0,16% / $154,27
Soja: -0,92% / $1.732,25
Milho: -0,50% / $795,25
Café: -0,94% / $226,00
Açúcar: -1,06% / $19,66