É amplamente aguardado que o Federal Reserve intensifique a redução do seu programa de compras de títulos em sua reunião de política monetária de hoje, abrindo espaço para elevações de juros no próximo ano, em um esforço para conter a disparada da inflação.
De fato, a ferramenta de monitoramento de juros do Fed mostra que os mercados financeiros esperam agora que o banco central americano suba as taxas em 25 pontos-base (pb) em maio de 2022. Levando isso em consideração, destacamos abaixo três comprovadas ações vencedoras até agora no ano que podem apresentar melhor desempenho nos próximos meses, mesmo com o Fed antecipando o aperto da sua política monetária.
1. Charles Schwab
- Desempenho no acumulado do ano: +53,3%
- Capitalização de Mercado US$152,7 bilhões
As ações da Charles Schwab (NYSE:SCHW) (SA:SCHW34), que se valorizaram mais de 53% no ano graças à forte atividade do seu banco de investimento, devem se valorizar ainda mais nos próximos meses, com os investidores se preparando para uma elevação de juros em 2022.
A empresa de serviços financeiros sediada em Westlake, Texas, que comprou a rival TD Ameritrade no ano passado, oferece serviços bancários de varejo e comercial, além de plataforma eletrônica de trading e serviços de assessoria de gestão de patrimônio para pessoas físicas e clientes institucionais. Em 30 de setembro, a empresa tinha sob gestão US$7,1 trilhões.
A SCHW tocou a máxima histórica de US$84,49 em 26 de outubro, encerrando o pregão de terça-feira a US$80,79.
Como uma das maiores instituições bancárias dos EUA, a Schwab deve aumentar seu lucro líquido quando os juros subirem. Além disso, as corretoras tendem a se beneficiar dos juros maiores, em meio ao aumento da atividade de trading resultante da volatilidade induzida pelo Fed.
A Charles Schwab divulgou um impressionante balanço do terceiro trimestre em 15 de outubro, superando as expectativas de receita e lucro, graças à disparada nos ativos sob gestão, bem como à forte demanda produtos de investimento.
A instituição registrou um crescimento ano a ano de 75% no lucro por ação, para US$0,84, enquanto as vendas dispararam 87% em relação ao ano anterior, para US$4,69 bilhões. O mais importante é que o lucro líquido da empresa totalizou US$1,53 bilhão, disparando 119% em relação aos US$698 milhões no mesmo período do ano passado, enquanto a recente líquida com juros aumentou 51%, para US$2,03 bilhões.
Em um sinal positivo para o futuro, os investidores abriram mais de um milhão de novas contas de corretagem pelo quarto trimestre consecutivo, atingindo a marca de 6 milhões de novas contas.
2. Comerica
- Desempenho no acumulado do ano: +49,9%
- Capitalização de Mercado US$10,9 bilhões
O Comerica (NYSE:CMA) (SA:C1MA34), um dos maiores bancos regionais dos EUA, destacou-se no setor financeiro neste ano, beneficiando-se da melhora da economia americana, do sólido crescimento da concessão de crédito e da redução da exposição a perdas com empréstimos.
A instituição financeira sediada em Dallas, Texas, possui sob gestão cerca de US%85 bilhões, oferece serviços bancários comerciais, de varejo e gestão de patrimônio, principalmente nas regiões de Texas, Califórnia, Michigan, Arizona e Flórida.
As ações do CMA, que iniciaram o ano cotadas a US$55.86 e dispararam até o pico recorde de US$91,62 em 24 de novembro, fecharam ontem a US$83,73. O Comerica viu suas ações saltarem quase 50% no acumulado do ano, superando em muito os retornos comparáveis do Dow Jones Industrial e S&P 500.
Em vista da expectativa de alta antecipada dos juros no mercado de títulos americanos, as ações do CMA podem ser um sólido investimento em 2022.
Os juros maiores e o aumento do rendimento dos títulos americanos tendem a elevar as margens dos bancos nos produtos que oferecem, como empréstimos, hipotecas e seguros.
O Comerica divulgou números de receita e lucro que facilmente superaram as estimativas de resultados para o 3º tri, em 20 de outubro, graças ao forte crescimento de depósitos e robusta receita com taxas. A empresa também fez projeções otimistas para o último trimestre do ano e os próximos.
O mais importante é que, nos últimos meses, o gigante bancário regional intensificou seus esforços no sentido de retornar mais caixa aos acionistas, com maiores distribuições de dividendos e recompras de ações. O Comerica paga atualmente um dividendo trimestral de US$0,68 por ação, o que corresponde a um retorno anual de 3,32%.
3. NVIDIA
- Desempenho no acumulado do ano: +117,1%
- Capitalização de Mercado US$708,4 bilhões
Amplamente considerada como uma das líderes globais em unidades de processamento gráfico de alta performance para jogos, data centers e veículos autônomos, a NVIDIA (NASDAQ:NVDA) (SA:NVDC34) apresenta uma dos melhores desempenhos do ano, graças à disparada da demanda por chips.
Além disso, a maior fabricante mundial de chips de videogames aumentou seus esforços, nos últimos meses, para se tornar um grande player no emergente segmento de metaverso.
Depois de tocar a máxima recorde de US$346.47 em 22 de novembro, as ações da NVDA, que acumulam alta de 117% no ano, encerraram o pregão de ontem cotada a US$283,37. Nos níveis atuais, a empresa de Santa Clara, Califórnia, é uma das empresas mais valiosas dos EUA negociadas em bolsa.
Embora a NVIDIA seja amplamente definida como uma ação de crescimento, ela não está tão suscetível a uma alta nos juros como outras empresas de tecnologia, graças ao seu confiável e lucrativo modelo de negócios, o que faz com que seja uma sólida aposta em caso de aperto da política monetária do Fed.
Evidenciando como os negócios da NVIDIA perfomaram bem no atual ambiente, a fabricante de chips divulgou resultados acima das expectativas em cada trimestre do ano.
Em seu último balanço, a NVIDIA anunciou um crescimento de 60% nos resultados, alcançando um lucro por ação de US$1,17, enquanto as vendas dispararam para US$7,1 bilhões. Gaming, maior segmento da NVIDIA, reportou vendas de US$3,2 bilhões no 3º tri, uma alta de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas de data centers, outro forte segmento de atuação da Nvidia, melhorou 55% ano a ano para US$2,9 bilhões.
Para o futuro, a projeção da NVIDIA para o atual trimestre, que se encerra em janeiro, deixou claro que a empresa não espera qualquer desaceleração nos próximos meses, com uma previsão de crescimento de 48% na receita ano a ano, para o recorde de US$7,4 bilhões.