Os investidores de longo prazo de ações chinesas tiveram um ano volátil até agora em 2021. A mão pesada do Estado sobre o setor de tecnologia, educação online e mercado imobiliário pressionou ainda mais esses papéis. Confira abaixo como se saíram algumas das ações chinesas mais acompanhadas pelo mercado no acumulado do ano (YTD).
- Alibaba (NYSE:BABA) (SA:BABA34)– queda de 39,7% até agora no ano (YTD);
- Baidu (NASDAQ:BIDU) (SA:BIDU34) – queda de 29,8% YTD;
- Baozun (NASDAQ:BZUN) – queda de 50,9% YTD;
- Didi Global (NYSE:DIDI) – queda de 40,7% desde o IPO em junho;
- JD.com (NASDAQ:JD) (SA:JDCO34)– alta de 4,1% YTD;
- New Oriental Education & Technology (NYSE:EDU) – queda de 88,2% YTD;
- Nio (NYSE:NIO) – queda de 20,7% YTD;
- Tencent (OTC:TCEHY) – queda de 12,1% YTD.
Por outro lado, o índice Shenzhen Composto registra alta de 6,9%, ao lado do índice Xangai Composto que entregou um retorno de 2,5%. Para fins de comparação, o índice S&P 500, que atingiu a máxima recorde no início de novembro, acumula alta de 25,1% no ano. Os analistas debatem agora se os investidores globais deveriam, em breve, começar a ficar cautelosamente otimistas com as ações chinesas.
Em 15 de novembro, o presidente dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, realizaram uma reunião virtual, considerada como um passo positivo para uma comunicação aberta entre os dois países, apesar dos pontos de tensão. Após a reunião, a Casa Branca emitiu um comunicado que dizia:
“Os dois líderes falaram de assuntos com alinhamento de interesses e outros em que nossos interesses, valores e perspectivas divergem... O [presidente Biden] foi claro em relação à necessidade de proteger os trabalhadores e a indústria dos EUA contra as injustas práticas comerciais e econômicas da República Popular da China”.
O Banco Mundial ressalta que, nas últimas quatro décadas, o PIB chinês cresceu, em média, cerca de 10% ao ano, tornando-se um “país de renda média elevada”.
Em outras palavras, apesar das rígidas medidas regulatórias internas e de disputas ocasionais em âmbito global, a China é um país importante para os investidores globais. Por essa razão, apresentamos no artigo de hoje dois fundos negociados em bolsa (ETFs) que podem interessar investidores que acreditam que as ações do país asiático podem se sair melhor em 2022.
1. Global X MSCI China Information Technology
- Preço atual: US$29,06
- Média de 52 semanas: US$27,44 - 39,20
- Retorno do dividendo (Yield): 1,02%
- Taxa de administração: 0,65% por ano
De acordo com métricas recentes, no primeiro semestre de 2021, a indústria de software e tecnologia da informação da China teve um faturamento recorde de US$682,86 bilhões, um crescimento de 23,2% ano a ano.
Brookings Institution sugere que “a vantagem competitiva da China vem da sua capacidade de gerar mais dados do que os EUA com sua população de 1,5 bilhão de pessoas, os quais podem ser direcionados para outras aplicações, como inteligência artificial, novos produtos e serviços... A China estabeleceu o objetivo nacional de ser líder mundial em IA até 2023”.
Nosso primeiro fundo, o Global X MSCI China Information Technology (NYSE:CHIK), oferece exposição a empresas chinesas de TI de grande e média . Ele foi listado em dezembro de 2018.
O CHIK rastreia o índice MSCI China Information Technology 10/50 e possui atualmente 106 ações. As dez maiores participações representam cerca de 45% do patrimônio líquido de mais de US$30 milhões. Em outras palavras, é um fundo pequeno.
Seus setores mais importantes são: componentes eletrônicos (19,56%), semicondutores (17,96%), equipamentos de telecomunicações (13,82%), software embalado (13,41%) e hardware de processamento computacional (5,41%).
Entre os principais nomes da sua carteira estão a fabricante de lentes ópticas Sunny Optical Technology (OTC:SNPTF); Xiaomi (HK:1810) (OTC:XIACF), que fabrica smartphones e fornece serviços de internet; a fabricante de vridros solares Xinyi Solar (HK:0968); Kingdee International Software (OTC:KGDEY), que presta serviços de planejamento de recursos corporativos; e Lenovo (OTC:LNVGY), fabricante de computadores pessoais e aparelhos móveis.
O CHIK caiu 3,2% nas últimas 52 semanas e 13,6% no acumulado do ano. Sua máxima de 52 semanas foi tocada em 6 de outubro. Os múltiplos de preço-lucro (P/L) e preço-valor contábil são de 21,86x e 2,28x. respectivamente. Leitores interessados encontram bom valor nos níveis atuais.
2. SPDR S&P China
- Preço atual: US$112,26
- Média de 52 semanas: US$106,42 - 156,29
- Retorno do dividendo (Yield): 1,15%
- Taxa de administração: 0,59% por ano
O fundo SPDR® S&P China (NYSE:GXC) investe tanto em “ações A da China” como em empresas cujos papéis são negociados como recibos de depósitos americanos (ADRs) nos EUA. A maioria dos leitores sabe que as ações A da China são ações denominadas em RMB negociadas nas bolsas de valores de Xangai e Shenzhen.
O GXC possui 897 participações e rastreia os retornos do índice S&P China BMI. O fundo começou a ser negociado em março de 2007.
As empresas do setor de consumo discricionário têm maior peso em sua carteira, com 29,16% de participação. Em seguida temos serviços de comunicação (16,96%), finanças (13,34%), saúde (7,98%). Suas 10 principais ações compreendem cerca de 40% do seu patrimônio líquido de US$1,69 bilhão.
Entre os principais nomes da sua carteira estão a empresa de mídia social e entretenimento Tencent; os pesos-pesados do comércio eletrônico Alibaba e JD.com; a plataforma de entrega e pedido de alimentos Meituan (OTC:MPNGY); o grupo de veículos elétricos Nio; e China Construction Bank (OTC:CICHF) .
Nos últimos 12 meses, o fundo registra queda de cerca de 14% e já se desvalorizou mais de 13,8% desde janeiro de 2021. Os múltiplos de preço-lucro e preço-valor contábil são de 11,90x e 1,72x, respectivamente. Investidores de longo prazo que acreditam que o declínio das ações chinesas pode terminar em breve podem pesquisar melhor esse ETF.